A nova desaceleração no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) reforçou a trajetória esperada pelo economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Paulo Picchetti para o número fechado de janeiro, que é de 0,35%, bem menor do que o 1,07% do fechamento de dezembro de 2020. O IPC-S passou de 0,79% na primeira quadrissemana de janeiro para 0,52% na segunda quadrissemana do mês, e acumulou alta de 5,10% nos últimos 12 meses.
"A saída da bandeira vermelha na tarifa de energia elétrica é muito forte e está nessa conta, tirou 0,23 ponto porcentual (pp) da taxa de variação. Ainda há o movimento de barateamento da passagem aérea, que foi responsável por queda de 0,06 pp no índice, em baixa de 27,33%. E vai continuar, na leitura da ponta a queda de passagem aérea está em 20,0%", afirma Picchetti.
O economista diz que nenhum item mostrou tendência de aceleração forte o suficiente para contrabalançar o movimento de baixa puxado por passagem aérea e tarifa de eletricidade residencial. Por isso, "na ausência de uma grande surpresa, a trajetória vai mostrar um janeiro fechando em um número historicamente baixo".
Costumeira fonte de pressão nos índices de inflação ao consumidor de janeiro, os preços das mensalidades escolares e de cursos diversos já aparecem como algumas das principais influências positivas no IPC (curso de ensino fundamental passou de 1,62% para 3,94%, e curso de ensino superior subiu de 1,70% para 2,37%). Apesar disso, explica Picchetti, os aumentos ainda são comedidos, dado o risco de evasão de alunos de escolas particulares e a incerteza da volta às aulas, consequências diretas da pandemia de covid-19.
O índice de difusão do IPC-S recuou em relação à primeira quadrissemana de janeiro. Passou de 75,48% para 74,84%. Para o economista da FGV, este é mais um sinal que aponta para uma taxa de variação baixa no IPC-S de janeiro. Para o ano, a expectativa é que o indicador acumule alta de 3,50%.