São Paulo, 26/10/2014 – Ao ser abordado quando chegava para votar por vários jornalistas, em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que poderia explicar “um a um” os supostos casos de corrupção em seu governo citados em debates pela presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). “É tudo blefe, a Dilma não sabe do que está falando”, defendeu-se.
Segundo o ex-presidente tucano, o escândalo que ficou conhecido como “pasta rosa”, deveu-se a uma intervenção no Banco Econômico. “O interventor encontrou lá dentro do banco uma pasta cor-de-rosa com uma relação de pessoas, que não eram do PSDB, que em eleições anteriores tinham recebido ajuda financeira, numa época em que isso ainda não era crime. Isso era a pasta rosa”, disse FHC. O Banco Econômico era uma instituição privada com sede em Salvador e sofreu intervenção do Banco Central em 1995. Ângelo Calmon de Sá, que era controlador da instituição, foi processado por gestão fraudulenta.
Sobre as acusações envolvendo o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), Fernando Henrique repetiu a argumentação que colocou em carta divulgada há poucos dias. Segundo ele, o servidor identificado como suspeito foi afastado e depois teria se tornado embaixador na Colômbia, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele não citou o nome desse servidor.
Fernando Henrique também falou sobre a suposta compra de votos para aprovação da emenda de reeleição no seu governo.”Envolveu três deputados do Acre, dos quais, dois renunciaram. Houve um processo e mais nada”, afirmou. (Ana Fernandes – [email protected])