Ao contrário da Toyota, que em todo o período de crise não demitiu trabalhadores nem recorreu a medidas de flexibilização em suas quatro unidades, as maiores montadoras do País seguem adotando ferramentas de corte de produção.
Na segunda-feira, 22, a Fiat anunciou licença remunerada de dez dias a cerca de 4 mil funcionários da fábrica de Betim (MG), a partir de quarta-feira, 24. “O objetivo é ajustar a produção à demanda de mercado”, informa a companhia.
A Volkswagen, que está com a produção suspensa em suas quatro fábricas desde o dia 15, estendeu de 20 para 30 dias a parada na unidade de Taubaté (SP), que agora se iguala ao período definido paras as outras três (em São Bernardo do Campo, São Carlos e Paraná). Nesse caso, o problema é a falta de peças após a empresa romper contrato com fornecedores que atrasavam entregas para forçar uma negociação comercial.
Na Mercedes-Benz de São Bernardo, que deu férias coletivas a quase todos os funcionários e iniciou demissões que podem atingir 2 mil trabalhadores (20% efetivo), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vai insistir na abertura de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) e o gerenciamento do excedente restante com medidas como lay-off e Programa de Proteção ao Emprego (PPE).
A montadora alega que já adotou todas essas medidas e que não tem outra alternativa a não ser o corte dos excedentes.
Já a Toyota afirma operar sem ociosidade nas fábricas do ABC, Indaiatuba, Sorocaba e Porto Feliz (SP). No entanto, uma ampliação de capacidade feita no ano passado em Sorocaba, onde é produzido o compacto Etios, ainda é subutilizada.
A capacidade anual passou de 84 mil para 108 mil veículos, mas a previsão é de fazer 95 mil este ano. Antes, a fábrica operava com horas extras diárias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.