O fim do horário de verão brasileiro acontece neste domingo, dia 20, à 0h. E, em todo final de verão, os brasileiros das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, além do Distrito Federal, tem que se adaptar a duas coisas: a diminuição da temperatura e à mudança do horário oficial do País. Isso significa dormir e acordar uma hora mais tarde, fato que exige certa adaptação do corpo humano. De acordo com Jacob Faintuch, clínico geral do Hospital das Clínicas da Fmusp, o ideal para preparar o organismo ao novo horário é manter uma boa qualidade do sono. "O fim do horário de verão é menos traumático que o inicio, já que a noite de sábado é a mais longa do ano e o corpo consegue descansar. Além disso, é mais fácil de acordar, já que tem mais luz nesse período", explica o especialista.
Mesmo assim, é importante lembrar que será apenas uma noite longa, pois no domingo tudo volta ao normal. O especialista adverte que é bom evitar o consumo de café, chá preto, pó de guaraná e bebidas estimulantes, em geral, no final da tarde. "O desequilíbrio do organismo se dá nos cinco primeiros dias da mudança no relógio, após esse período e com os devidos cuidados tomados, o corpo se adapta de forma tranquila".
Exercícios físicos muito extenuantes também devem ser evitados. "O ideal é praticar atividade física uma vez ao dia, no mínimo duas horas depois de acordar, e evitar a prática durante a noite", observa, citando, ainda, outras atitudes que podem prejudicar o descanso, tais como se alimentar demais no jantar, ir dormir sem comer, tomar banho muito frio ou muito quente, e ler livros ou ver filmes muito estimulantes nas horas que antecedem o sono.
Jacob também adverte que a má qualidade do sono pode prejudicar o rendimento do indivíduo em suas atividades durante o dia. "O horário de verão não é o único fator que desequilibra o organismo. Novos turnos de trabalho ou viagens internacionais podem agir da mesma forma", lembra. Para manter a saúde, esses cuidados devem ser constantes o ano todo.
A manutenção do sono, principalmente nos primeiros dias da alteração do horário, é fundamental para evitar complicações cardiovasculares. "Dificuldade de dormir ou de acordar podem predispor o paciente a problemas cardíacos. O infarto, por exemplo, costuma ocorrer algumas horas depois de acordar e, principalmente, na segunda-feira, dia que o estresse comumente aumenta", diz Jacob Faintuch.