Economia

Fipe eleva projeção do IPC de novembro para 0,56%

A surpresa na segunda quadrissemana de novembro no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) gerou uma revisão geral nas projeções do indicador que mede a inflação da cidade de São Paulo. O coordenador do IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, afirmou à reportagem que a previsão do indicador passou a ser de +0,56% no mês. Anteriormente, a expectativa era de uma alta de 0,47%.

A mudança foi provocada por alguns fatores. O principal foi o aumento inesperado de 1,17% nos preços de Alimentação. A projeção indicava uma inflação de 0,92% no grupo. “A grande surpresa veio dos alimentos in natura, que subiram 6,24%, apesar de os produtos industrializados terem aumentado um pouco mais do que esperávamos”, afirma Chagas. Entre os produtos in natura, a batata inglesa é um dos maiores vilões. “A alta nos tubérculos era esperada, visto que o preço da batata havia caído muito”, diz Chagas. Em 12 meses, o produto acumula queda de, aproximadamente, 30%.

Para Chagas, o reajuste imprevisto em alimentos na segunda quadrissemana sugere que ainda há espaço para altas maiores. Na nova projeção para o mês, a equipe do IPC-Fipe considera, inclusive, que os aumentos persistirão nas próximas semanas. Os economistas elevaram a projeção do grupo Alimentação de 0,79% para 1,10% na terceira quadrissemana do mês e de 0,85% para 1,22% no mês de novembro.

Os aumentos nos preços em Vestuário acima do projetado inicialmente, assim como nos itens de perfumaria que integram o grupo Despesas Pessoais, sinalizam para o coordenador do IPC-Fipe que as remarcações natalinas já começaram. “Aparentemente, é uma antecipação do início das vendas de Natal. É comportamento semelhante que vimos nas vendas de perfumes e cosméticos, que apresentaram alta de 3,64% nos preços de produtos de catálogo”, diz Chagas. Os preços do vestuário foram pressionados, principalmente, por roupas femininas (alta de 0,44% na segunda quadrissemana).

Com uma contribuição no sentido contrário, o resultado da inflação do grupo Transportes reflete uma deflação do etanol e um repasse parcial do aumento nos combustíveis anunciado no dia 7 de novembro “talvez por estoque nos postos”. “O preço do etanol apresenta uma queda de preço de 1,6%, o que ajuda a entender parte do resultado do grupo Transportes abaixo do projetado”, diz Chagas, lembrando a gasolina comprada nos postos tem no mínimo 25% de etanol.

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