Estadão

Fipe: reduzimos projeção do IPC de 2023 de 6,0% para 5,5%, com viés de baixa, diz Moreira

Após a confirmação de deflação no Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) em junho, o coordenador do indicador Guilherme Moreira reduziu sua projeção para a variação esperada para o final do ano, de 6,0% para 5,5%. A estimativa tem viés de baixa.

O IPC-Fipe teve deflação de 0,03% em junho, a primeira variação negativa desde maio de 2020. A queda foi menos intensa do que a mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, que indicava recuo de 0,06% no mês, com intervalo entre -0,15% e -0,02%.

"Daqui até o final do ano, por ora, não vislumbramos nenhuma grande pressão para a inflação, então pode ser até que essa estimativa de 5,5% para o ano fique mais próxima de 5,0% mais à frente", explica Moreira.

Para o mês de julho, a projeção de Moreira é de avanço residual do indicador, com alta prevista de 0,02%. Entre as aberturas, Moreira destaca que deve haver nova deflação no grupo Alimentação (-0,80% para -0,56%). "É um grupo com peso muito grande e que agora passa por uma sazonalidade boa para a produção. Em junho, 0,02 ponto porcentual da queda já veio apenas dos alimentos", destaca o coordenador.

O prospecto do economista inclui ainda pressão positiva da gasolina para o próximo mês, mas que deve ser moderada por recuos esperados para o etanol. "Na ponta, nessa última quadrissemana, a gasolina já estava subindo 1,83%, enquanto o etanol estava com queda de 4,02%. Em julho a expectativa é que um item anule o efeito do outro", afirma Moreira, que também espera que o reajuste em planos de saúde seja outra pressão de alta importante para o IPC-Fipe de julho.

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