A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revisou nesta quarta-feira, 08, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) fechado de julho, de alta de 0,60% para 0,63%. Segundo o gerente técnico de Pesquisas do IPC, Moacir Mokem Yabiku, a alteração se deve à expectativa de inflação mais significativa no grupo Despesas Pessoais, por causa da pressão de gastos com viagem e passagem aérea. “São itens com bastante volatilidade e que estão sinalizando novas pressões à frente. Isso se a demanda consentir”, avaliou.
Apesar da queda de 3,16% apurada em passagem aérea na primeira leitura deste mês, o gerente do IPC-Fipe adiantou que as pesquisas de ponta (mais recentes) mostram que o item está com variação zero. Já o item viagem/excursão, que avançou 2,18% na primeira medição, já está com alta acima de 4% nos levantamentos de ponta. “Se olharmos as taxas acumuladas, de janeiro até junho, passagem aérea tem queda de 21,94% e viagem e excursão tem recuo de 11,16%, indicando que tem espaço para subir”, disse.
Nesse sentido, a Fipe também alterou a projeção para o grupo Despesas Pessoais, de 0,58% para 0,74% no fechamento do mês. A taxa esperada, no entanto, é inferior à de 1,04% registrada na primeira quadrissemana de julho (últimos 30 dias terminados ontem, dia 7). Isso porque o item loterias e outros jogos teve alta de 17,02%, em razão do impacto do aumento recente dos preços.
Alimentação
A inflação da primeira leitura deste mês, de 0,43%, após 0,47% no fechamento de junho, foi beneficiada especialmente pela desaceleração do grupo Alimentação (de 0,58% para 0,24%). De acordo com o gerente do IPC-Fipe, o comportamento foi beneficiado principalmente pela queda de 4,39% nos preços de frutas da estação, com destaque para o declínio de 4,49% da laranja e baixa de 2,47% da banana. Além disso, comentou, houve retração nos preços de cenoura, de 9,57%, e do tomate, em 30,67%. “Só o tomate teve uma contribuição negativa de 0,13 ponto porcentual no resultado do IPC”, disse.
Já o reajuste recente nas contas da Sabesp pressionou o grupo Habitação, que manteve a taxa de 0,61% na primeira leitura de julho. O item água e esgoto teve variação de 3,71%. Também ajudou a pressionar o IPC do período os gastos com assistência médica (0,92%), o que levou o grupo Saúde para 0,61% (ante 0,42%).