Estadão

Fitch reafirma rating do Chile em A-, com perspectiva estável

A Fitch reafirmou o rating do Chile em A-, com perspectiva estável. Em comunicado, a agência diz que os fundamentos de crédito do país são apoiados por um balanço soberano "relativamente forte", com relação entre dívida do governo e PIB bem abaixo dos pares, indicadores sólidos de governança e um histórico de políticas macroeconômicas dignas de crédito, centradas em um regime de metas de inflação e câmbio flexível. Essas fortalezas são contrabalançadas por uma renda per capital projetada que deve seguir abaixo dos pares, com alta dependência de commodities e alavancagem externa e métricas de liquidez mais fracas.

Segundo a Fitch, o novo governo, do presidente Gabriel Boric, que tomou posse em 11 de março, fez promessas como aumentar o gasto social, financiando-o com impostos mais elevados. Boric deve anunciar propostas específicas na frente tributária em junho, lembra a Fitch, que tem a expectativa de que elas incluam um imposto sobre riquezas, royalties mais elevados na mineração, um corte em isenções tributárias e a expansão da cobrança do imposto sobre valor agregado no setor de serviços. A agência, porém, acredita que chegar a um consenso no Congresso dividido sobre "altas de impostos tão grandes pode ser desafiador".

A Fitch lembra também que o governo planeja uma reforma previdenciária abrangente – esse projeto deve ser apresentado em setembro. E nota que, na Constituição atualmente sendo elaborada e que ainda será confirmada ou não, há várias áreas com possíveis implicações de crédito no país.

Segundo a agência, a economia do Chile deve crescer 1,9% em 2022 e apenas 0,5% em 2023, diante do corte no gasto fiscal, do aperto monetário diante da inflação elevada e de incertezas políticas.

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