Um funcionário sênior do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse hoje que o Fundo não poderá ajudar a Europa com um novo financiamento de emergência para a Grécia porque os credores de Atenas ainda não se comprometeram com um alívio detalhado da dívida.
Os comentários mostram que o acordo que libera mais dinheiro para a Grécia, fechado ontem à noite pelo Eurogrupo, não tocou em pontos que o FMI julga fundamentais para o país voltar a ter uma economia saudável.
“Fundamentalmente, nós precisamos ter certeza de que o universo de medidas que a Europa vai se comprometer são consistentes com o que nós achamos necessário para reduzir a dívida”, disse o funcionário. “Nós ainda não temos isso”.
No entanto, ele disse que a Europa reconhecer a necessidade de alívio da dívida foi suficiente para garantir o apoio incondicional do FMI.
“Todos reconhecem agora que a dívida grega é altamente insustentável”, disse o oficial. “Eles aceitam que o alívio da dívida é necessário e também a metodologia necessária para calibrar esse alívio”.
Muitos economistas, porém, veem esse acordo como um prolongamento da crise.
“Resumo do Eurogrupo: a Alemanha sempre ganha, o FMI cede à pressão da Alemanha e dos EUA, ninguém faz o que é melhor para a Grécia”, disse Megan Greene, economista-chefe da consultoria Manulife and John Hancock Asset Management.
Marc Chandler, estrategista de câmbio no banco de investimento Brown Brothers Harriman, chamou o acordo de “farsa” que salva a Europa mais do que salva a Grécia.
O FMI e seus maiores acionistas, a Europa e os EUA, estão preocupados que um fracasso em chegar a um acordo com a Grécia poderia dar a defensores da Saída do Reino Unido da União Europeia uma vantagem ante ao referendo da próxima semana. Fonte: Dow Jones Newswires.