A diminuição das projeções para o IPCA de 2016 da semana passada, para 5,45%, ganhou um pouco mais força no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 13, pelo Banco Central. Para o levantamento de hoje, que joga a mediana das estimativas para 5,44%, os analistas também contaram com informação nova: a inflação oficial de junho, que foi a maior em 10 anos para o mês, mas veio melhor do que o esperado pela maioria do mercado financeiro.
O fim de 2016 é o foco da autoridade monetária neste momento, já que promete entregar a inflação no centro da meta daqui a pouco mais de um ano. Pelos cálculos da instituição, o IPCA ficará em 4,80% em 2016 no cenário de referência e em 5,10% no de mercado. A luta do BC no momento é tentar convencer o mercado de que chegará ao centro da meta em 2016.
Pela 13ª rodada consecutiva, porém, a estimativa para o IPCA deste ano avançou de 9,04% da semana anterior para 9,12% agora. Há um mês, essa projeção estava em 8,79%. No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC havia apresentado estimativa de 9% no cenário de referência e de 9,10% usando os parâmetros de mercado.
No Top 5, grupo dos economistas que mais acertam as estimativas, houve mudanças relevantes depois que o grupo foi atualizado pelo BC na semana passada. A mediana das estimativas para o IPCA de 2015 passou de 9,04% para 9,12%. Há um mês, estava em 8,90%. No caso de 2016, a previsão em 5,21% – a mesma de quatro semanas atrás – foi substituída pela de 5,27%.
Para o curto prazo, também foram vistos aumentos. No caso de julho, a estimativa apresentada na Focus subiu de 0,43% para 0,45% de uma semana para outra – ante 0,35% de quatro edições atrás. No de agosto, que apareceu pela primeira vez no levantamento de hoje, a taxa estimada passou de 0,29% para 0,30%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente foram reduzidas pela terceira semana seguida e passaram de 5,92% para 5,85%. Há quatro semanas, estavam em 6,10%.