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Fora do Pan, Augusto Dutra faz índice olímpico em Londres no salto com vara

Pensando nos Jogos Olímpicos, o atletismo brasileiro tem mais motivos para comemorar o que aconteceu fora do que dentro de Toronto nas últimas duas semanas. Neste sábado, mais um brasileiro fez índice para o Rio-2016 e mais uma vez não foi no Pan.

Augusto Dutra levou o bronze no salto com vara na etapa de Londres da Diamond League e, com 5,81 metros, pela primeira vez superou os 5,70m necessários para estar na próxima Olimpíada. Ele já estava qualificado para o Mundial de Pequim (China), que ocorrerá no fim de agosto.

O saltador, entretanto, não participou dos Jogos Pan-Americanos. Ele até fez índice para estar em Toronto, mas com marca inferior às de Thiago Braz, seu amigo de infância em Marília (SP), e de Fábio Gomes, colega de treinos na equipe da BM&F Bovespa.

Assim, ele viu de longe a seus dois colegas fazerem feio no Pan. Favorito ao ouro depois de bater o recorde sul-americano, Thiago errou as três tentativas a 5,40m e acabou eliminado do Pan sem resultado. O mesmo aconteceu com Fábio, que tinha grandes possibilidades de ficar com medalha.

O ouro no Pan acabou ficando com o canadense Shawn Barber, com 5,80m. Neste sábado ele já estava em Londres para saltar 5,93m. bater o recorde canadense mais uma vez e garantir a prata. Mais do que isso: passar Thiago Braz e assumir o segundo lugar do ranking mundial desta temporada.

O brasileiro, por sua vez, sofreu para passar 5,73m, o que só conseguiu na terceira e última tentativa, e depois também só superou 5,81m na última chance. Assim, chegou ao 10.º lugar do ranking mundial – Thiago caiu para a quarta posição. O francês Renaud Lavillenie lidera com 6,05m e saltou 6,03m em Londres, levando a medalha de ouro. Ele ainda tentou 6,10m, sem sucesso.

DUAS SEMANAS CHEIAS – Augusto Dutra é o quinto brasileiro a fazer índice olímpico nas últimas duas semanas, o terceiro a consegui-lo longe de Toronto. Há 14 dias, Julio Cesar de Oliveira, no dardo, e Flávia Maria de Lima, nos 800m, se qualificaram para a Olimpíada em um campeonato regional em São Bernardo do Campo (SP). Depois, no Pan, fizeram índice Ronald Julião (disco) e Luiz Alberto de Araújo (decatlo), além de outros atletas que apenas ratificaram a marca que já haviam obtido em outras ocasiões.

O índice não necessariamente significa que o atleta estará na Olimpíada, porque existe a possibilidade de mais de três brasileiros se qualificarem. No caso do salto com vara, entretanto, só existem três saltadores no País que competem em alto nível internacional.

Assim, Brasil já tem 28 atletas com índice para os Jogos Olímpicos no atletismo: Aldemir Gomes, Bruno Lins (200m), Thiago André (1.500), Eder Souza (110m com barreiras), Henderson Estefani (400m com barreiras), Thiago Braz (salto com vara), Augusto Dutra (salto com vara), Julio Cesar de Oliveira (lançamento do dardo), Ronald Julião (lançamento do disco), Luiz Alberto de Araújo (decatlo), Caio Sena Bonfim (marcha atlética 20km), Mario José dos Santos (marcha atlética 50km), Marilson Gomes dos Santos, Solonei Rocha, Gilberto Silvestre (maratona), Rosângela Santos (100m), Ana Cláudia Lemos (100m e 200m), Vitória Cristina Rosa (200m), Geisa Coutinho (400m), Flávia Maria de Lima (800m), Andressa de Morais, Fernanda Martins (lançamento do disco), Fabiana Murer (salto com vara), Keila Costa (salto em distância), Erica Rocha (marcha atlética 20km), Adriana Aparecida da Silva, Marily dos Santos e Sueli Pereira (maratona).

Considerando também as seis vagas garantidas em cada um dos revezamentos e eliminando as ambiguidades (os atletas dos 100m, 200m e 400m precisam estar também no revezamento), já são 45 vagas garantidas na Olimpíada. O atletismo brasileiro iguala, assim, a delegação que levou a Pequim, em 2008, a maior da história do País.

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