Política

Força tarefa do MP, Polícia Civil e gestão Guti revela que desvios em Guarulhos podem chegar a R$ 14 bilhões

Um grande esquema de desvios de recursos públicos em Guarulhos, que podem chegar a R$ 14 bilhões que deixaram de ser arrecadados pela Prefeitura, começou a ser rompido a partir de 2020, no último ano da primeira gestão do ex-prefeito Guti (PSD). Ao apurar divergências nos impostos arrecadados e transações no setor imobiliário da Secretaria da Fazenda, ele determinou que o titular da pasta iniciasse investigações internas.

Nesta quinta-feira, uma operação da Polícia Civil deflagrou a segunda fase da Operação Publicanos, que ocorre em conjunto com o Ministério Público de São Paulo. As investigações do Setor Especializado no Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (SECCOLD) começaram em 2022 e envolvem cerca de 600 investigados, entre servidores, empresários e pessoas físicas. Ao todo, participam 23 viaturas e 53 policiais civis no cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão.

Durante a apuração, foi constatado que os envolvidos recebiam propina para falsificar documentos e desviar recursos da Prefeitura, principalmente relacionado ao lançamento de impostos municipais, como IPTU.

O ex-prefeito Guti parabenizou as forças policiais e o Ministério Público Estadual pelas investigações que tiveram início em 2022 por iniciativa de sua gestão. Ele lembrou que determinou ao  secretário da Fazenda Ibrahim El Kadi, que permaneceu no mesmo cargo na atual gestão, iniciasse as investigações. Imediatamente, a gestão de Guti afastou preventivamente mais 25 funcionários da pasta.

Vale frisar que a gestão do prefeito Guti conseguiu aumentar a arrecadação em R$ 590 milhões em 2024, com previsão de mais de R$ 600 milhões em 2025. Ou seja, o ex-prefeito entende que o Município já está sendo beneficiado com estas investigações, que culminaram com a ação desta quinta-feira.

Nesta quinta-feira, o atual prefeito Lucas Sanches (PL), diante da operação, convocou uma coletiva de imprensa para destacar o trabalho de investigação iniciado na gestão passada. Ao lado de Ibrahim, secretário de Guti que ele manteve, o chefe do Executivo destacou que não vai compactuar com os desvios e irá punir os servidores envolvidos. Ibrahim confirmou, durante a entrevista, que a operação de hoje é fruto das investigações iniciadas ainda em 2020, na gestão de Guti.