Com o celular na mão e um monte de ideias na cabeça, alunos do período noturno do ensino médio da Escola Estadual Mário Bombassei Filho buscaram por meio da fotografia descobrir um novo olhar sobre lustres, vasos sanitários, cadernos, enfim, objetos que fazem parte do cotidiano escolar. O resultado pode ser conferido no hall de entrada do prédio da Câmara Municipal onde uma exposição apresenta, até o dia 1º de setembro, no horário comercial, cem trabalhos fotográficos feitos pelos alunos.
Segundo a professora de Artes da escola, Rafaela Poggio, o projeto queria fazer os alunos identificarem no recurso da fotografia uma importante utilidade do celular, objeto que se tornou motivo de reclamações de muitos professores. “Mandar torpedos, fazer fotos posadas, interagir em redes sociais, tudo isso atrapalhava as aulas e era motivo de muitas discussões dentro da sala”, explica Rafaela. “Nós, como adultos, tínhamos que encontrar soluções para resolver esta situação, e o projeto foi muito bem recebido por todos”, acrescenta a professora. Após as primeiras aulas discutindo sobre a história da fotografia, técnica, marketing e outros assuntos relativos, os alunos foram a campo.
O resultado surpreendeu a todos, principalmente os alunos. “Não tinha ideia do que poderia sair até ver a foto ampliada na tela, o ângulo que escolhi produziu um efeito que atiçou a curiosidade de muita gente”, avalia a aluna Karina Almada, 15 anos. “Conforme registrava objetos e situações, me identifiquei com a água e fiz várias tomadas com esta temática”, conta Pablo Kaíque, 16 anos. Ele teve várias fotos selecionadas para a exposição: “Não havia imaginado antes usar a câmera do celular com este propósito artístico, isso mudou meu conceito a respeito deste aparelho”, confessa o jovem.
Os professores tiveram a ideia de expor as fotografias e consultaram a Câmara sobre esta possibilidade, aceita imediatamente. “Esta mostra conclui um trabalho e aumenta a autoestima dos alunos, cansados de ouvir críticas à qualidade do ensino público”, afirmou a professora Rafaela, que planeja levar a exposição para outros locais. “A autoestima dos alunos, ao verem um trabalho seu exposto, cresceu muito, o que serve também para valorizar o ensino público”, declarou.