Cidades

Funcionários do aeroporto planejam greve para esta terça; sindicato nega participação

Funcionários do aeroporto de Guarulhos estão planejando uma paralisação nesta terça-feira (3) em razão da portaria que proibiu o uso de celulares nos pontos mais sensíveis dos terminais de cargas. O sindicato, entretanto, disse ao GWeb que não apoiará a greve.

Em entrevista exclusiva, Rodrigo Maciel, presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (SINDIGRU), disse que qualquer ferramenta que atrapalhe as condições de trabalho pode realmente ser perigosa para as operações do aeroporto. “Nunca houve problema quanto a essa necessidade de ser contatado ou encontrado pelos familiares. Agora estão levando para esse direcionamento como se fosse uma condição única”, disse.

Maciel reiterou que a portaria é uma questão de segurança e que o sindicato têm articulado com companhias aéreas a infraestrutura adequada para os trabalhadores. “Não cabe a nós discutirmos quando o requerimento se baseia em cima de decisões de segurança nacional e internacional”, afirmou.

Como a paralisação está sendo planejada de forma independente, os funcionários estão utilizando grupos de WhatsApp para organizar a ação. Segundo informações coletadas pelo GWeb na plataforma, os trabalhadores alegam que estão sendo alvos de decisões arbitrárias por parte das autoridades de segurança pública.

“Independente da opinião política de qualquer pessoa, amanhã (3) deveremos estar em unidade e unidos contra qualquer ato arbitrário da administração pública. Eles (Receita Federal e Polícia Federal) devem nos servir, prestar segurança, defender nossas fronteiras e nos proteger. Afinal, nós pagamos os salários deles e custa caro. Eles não devem nos coagir e penalizar injustamente, cancelando nossos credenciamentos”, disse um dos organizadores.

Alguns funcionários presentes no grupo, que conta atualmente com mais de 500 pessoas, reiteraram suas posições contrárias ao SINDIGRU. “Há muito tempo os sindicatos têm partido.  Estão se preocupando com qualquer outra coisa, menos com os trabalhadores que custeiam a sobrevivência deles. Nós devemos ter maturidades e nos auto-organizarmos”, afirmaram.

A restrição do uso de celulares entrou em vigor após duas passageiras brasileiras ficarem presas na Alemanha após terem as etiquetas das suas bagagens trocadas e colocadas em malas com cerca de 40 kg de cocaína. As investigações apontaram que a troca foi feita por funcionários terceirizados do aeroporto dentro de uma área restrita.

O GWeb entrou em contato com a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto de Guarulhos, que informou que tem protocolo pré-definido para atuar neste tipo de evento. Em nota, informaram ainda que já comunicaram as autoridades competentes quanto à possibilidade dessa ocorrência.

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