Opinião

Gente que não gosta de trabalho

A maior parte dos vereadores guarulhenses já caminhando para o tempo final de seus mandatos, definitivamente, não leva o parlamento a sério. E muito menos respeitam os eleitores que os levaram à posição de representantes do povo. Reportagem publicada na edição de ontem do HOJE revela que somente sete participaram de nove sessões ordinárias, entre maio e junho, do início ao final. Muitos chegaram bem depois do início dos trabalhos e foram embora antes de acabar. E nada de ter sido uma vez ou outra. Foi praxe.


A atitude desses vereadores é mais do que lamentável. Nenhum deles pode vir com a desculpa de que naqueles horários estavam cumprindo outras atividades inererentes ao mandato. Basta perceber que é obrigação deles comparecerem ao trabalho, para o qual recebem mais de R$ 9 mil por mês, apenas duas vezes por semana, pelo período máximo de quatro horas. Ou seja, sobra tempo demais para eles participarem reuniões em suas bases, atender a eleitores, exercer ações políticas ou comunitárias, entre outras. E há ainda bastante espaço nas agendas para que eles exerçam sua profissões de origem.


Chama a atenção, inclusive, que os poucos que honram os votos que receberam são quase os mesmos que – tempos atrás – reclamavam dos horários das sessões, no meio do expediente, e que os impedia de manter determinadas atividades profissionais. Por mais que tenham sido vencidos em seus argumentos para mudar os horários das sessões, esses mantém a hombridade de respeitar as regras, algo que – de maneira vergonha – se tornou exceção nesta Casa de Leis.


O pior é que ninguém acaba punido. Basta passar pela sessão a qualquer tempo, assinar a lista de presença, ou pedir para um colega justificar sua ausência, para que não ocorra qualquer punição ou desconto em folha de pagamento.


É evidente que essa situação se configura como mais um escândalo patrocinado pelos nobres vereadores guarulhenses. Se eles têm mais o que fazer nos horários das sessões, que deixem seus cargos e vão cuidar de suas vidas. Enquanto estiverem recebendo dinheiro público para trabalhar em prol do povo, serão cobrados por tanto. E se só cobrar não adiantar, que a população fique atenta nas reportagens publicadas pela imprensa para demonstrar realmente quem trabalha e quem apenas está preocupado em tirar vantagens do cargo.

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