O economista Eduardo Giannetti, um dos assessores econômicos da candidata à Presidência Marina Silva (PSB), afirmou nesta terça-feira que o eleitorado brasileiro está buscando uma alternativa à polarização entre o PT e o PSDB. Ele atribuiu e essa vontade o crescimento da candidata nas pesquisas eleitorais.
Pesquisa Ibope encomendada pelo Estadão e pela Rede Globo e divulgada hoje mostra que a candidata Marina Silva (PSB) está em segundo lugar nas intenções de voto para presidente, com 29%. Em primeiro lugar está a atual presidente, Dilma Rousseff (PT), com 34%. O candidato do PSDB, Aécio Neves, aparece em terceiro, com 19%. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. Em um eventual segundo turno, contudo, Marina Silva derrotaria Dilma por 45% a 36%, segundo o Ibope.
“O eleitorado brasileiro está em busca de superação dessa polarização entre PT e PSDB. E ele encontrou candidato que personifica essa superação, por isso está manifestando intenção forte de eleger a Marina”, disse Giannetti, após conceder palestra na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio. “Há uma percepção de que essa polarização e esses partidos, de uma certa maneira, já deram o que tinham que dar. É hora de avançar e renovar as práticas políticas, que estão muito desgastadas e viciadas, Marina é portadora da esperança dessa mudança que o Brasil tanto anseia”, defendeu Giannetti.
Ex-presidentes
Giannetti falou também que gostaria de contar com o apoio dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso Marina seja eleita. “Nós queremos ter os melhores trabalhando conosco. Uma visão generosa e de boa vontade para o futuro do Brasil tem de contemplar possibilidade de unir forças, em vez de fazer oposição pela oposição”, disse o economista.
“Se ele (FHC) tem uma pauta e uma agenda de estabilidade, nós também temos. Vamos trabalhar juntos. Lula tem agenda de inclusão, vamos trabalhar juntos”, afirmou Giannetti. Dias atrás, o economista já havia manifestado o interesse em ter o apoio dos ex-governantes, a que Fernando Henrique Cardoso respondeu dizendo que a recíproca é verdadeira. “Eventualmente, se isso (Aécio eleito) se configurar e tiver uma agenda com a qual nós temos identidade, não vemos por que não colaborar para que seja bem-sucedida em nome do Brasil”, comentou Giannetti.