Economia

GoPro vai produzir câmeras no Brasil

A marca de câmeras portáteis GoPro vai começar a produzir no Brasil. A empresa, que abriu capital nos Estados Unidos em junho, fechou parceria com uma fabricante local para trazer a linha de câmeras Hero ao País. O diretor de vendas para a América Latina, Drew Goldman, não quis revelar o nome do parceiro, mas fontes de mercado afirmam que o trabalho poderá ficar a cargo da Foxconn, que tem fábrica em Jundiaí (SP) e é dona de 10% das ações da GoPro.

Parcerias com varejistas locais como o Ponto Frio, Fnac, Fast Shop e Submarino já foram firmadas, e as vendas de produtos montados no País começam nesta segunda-feira, 24, com a chegada às lojas da câmera Hero 3+ Black Edition em versão nacional. “O brasileiro é apaixonado por esportes e redes sociais. É a combinação perfeita para a GoPro”, disse Goldman.

Hoje, a Hero 3+ Black Edition chega ao Brasil em versão importada, e custa R$ 2,4 mil. Com a produção local, vai custar R$ 1,7 mil – redução de 30%, que deve ser mantida para os próximos lançamentos da empresa no País.

Para janeiro, está prevista a chegada da Hero 4, modelo topo de linha da empresa, capaz de filmar em 4K e com tela sensível ao toque. “Queremos reduzir preços e alcançar distribuição local em todo o País”, ressaltou Goldman.

Criada em 2002 pelo surfista Nick Woodman, a empresa revolucionou o mercado de câmeras digitais de vídeo. Lá fora, a Go Pro já mostrou que pode captar o interesse dos investidores na bolsa eletrônica Nasdaq. Inicialmente cotados a US$ 24, os papéis da GoPro fecharam a US$ 71 na sexta-feira. Hoje, o valor de mercado da companhia é de US$ 9 bilhões.

Disputa

Em 2013, a GoPro foi líder mundial em vídeo digital, com 30,4%, vendendo 4,1 milhões de unidades. A japonesa Sony vem atrás, com 20,8% das vendas. No segmento de câmeras de ação, a vantagem da GoPro é considerável, com 47,5% de market share contra 6,5% da Sony. Os dados são da IDC.

Marca tradicional no Brasil, a Sony já oferece aos consumidores uma concorrente da GoPro: a Action Cam AS15, fabricada no Brasil desde 2013 e nas lojas com preço sugerido de R$ 1.000. “A chegada de uma nova marca ao mercado de câmeras de ação é ótima para difundir o segmento no País”, diz Carlos Paschoal, diretor local de marketing da Sony. Para Paschoal, a GoPro pode aumentar o interesse do brasileiro por esse tipo de aparelho e intensificar a disputa. Segundo dados da GfK citados por ele, as câmeras de ação têm cerca de 10% do mercado de filmagem brasileiro. Nos EUA, chegam a 33%.

Fáceis de usar, as câmeras de ação são resistentes a impacto e capazes de gravar imagens em alta definição. Apostando na sede de aventura de seus usuários, a Go Pro conquistou uma legião de fãs – em especial, os praticantes de esportes radicais.

A paixão não é à toa. Surfista, o fundador da GoPro criou o modelo de câmeras para que pudesse levá-las ao mar, a fim de registrar imagens de suas manobras. Em seu canal no YouTube, com 2,5 milhões de fãs, a Go Pro se associa a um estilo de vida aventureiro, com vídeos de escaladas em icebergs e expedições a vulcões e navios naufragados. Diretor de vendas da empresa, Drew Goldman rejeita o rótulo de “câmera para esportistas”. “Para nós, a GoPro pode gravar qualquer coisa – mesmo se você não anda de skate”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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