Gottino: Não sou de esquerda, direita e nem centro, minha função é jornalística

Oito meses de muito aprendizado e em meio a um noticiário político polêmico. Reinaldo Gottino decidiu voltar à Record TV, após ter ajudado a implantação da emissora americana CNN no Brasil.

"Eu estava participando de um projeto muito incrível. A CNN é um projeto grandioso. Foi uma experiência maravilhosa, mas sou muito coração. E eu recebi esse convite para retornar para a Record, que também é um projeto grandioso. Retomar o Balanço Geral", afirma o jornalista, em entrevista exclusiva ao <b>E+</b>.

Quando saiu da Record para a CNN, Reinaldo Gottino alcançava excelentes índices de audiência, inclusive, ultrapassando a Globo no Ibope durante o horário do programa. "Eles me chamaram para comandar o Balanço Geral, que tem um público muito grande me esperando de volta. E entendi que o formato do programa tem tudo a ver comigo. Acho que a Record ouviu um clamor dos telespectadores e isso me deixou muito feliz."

O apresentador reestreia no comando do programa já nesta segunda-feira, 8. Sobre a rescisão do contrato com a CNN, Gottino afirma que todos os valores que foram divulgados até agora são fake news e que irá pagar a multa do próprio bolso. "Até bom você perguntar sobre isso, porque tem muita coisa saindo na imprensa sobre valores ou salários, pessoal chuta muito. Não são esses números. Não quero entrar em detalhes, mas tem mesmo essa multa e eu mesmo vou pagar. Eu que pedi para sair, inclusive. O importante é a experiência vivida na criação de um canal de notícias no Brasil como a CNN. Por isso, só tenho que agradecer", disse.

Na CNN, Reinaldo Gottino apresentava programas jornalísticos focados em política e economia, muito diferente do que fazia no Balanço Geral, da Record TV. Para ele, o atual momento no Brasil é tenso. "Realmente está muito polarizado. Ou você está de um lado ou do outro. Minha percepção de que eu estava fazendo um trabalho correto foi que no mesmo jornal eu era chamado de esquerdista ou direitista. Essa era uma demonstração de que eu estava no caminho certo. Eu não tenho lado. Não sou de esquerda, de direita e nem de centro. Minha função é jornalística. Não tenho que dar opinião. Tenho que trazer o tema para que as pessoas formem sua própria opinião", afirmou.

Atuante nas redes sociais, Gottino avalia que as pessoas precisam ficar mais tranquilas: "O ambiente político nas redes sociais está bastante acirrado. Um clima muito tenso e acho isso preocupante, porque as pessoas estão odiosas, raivosas. Um desgaste muito grande".

Para ele, mais do que nunca, a população precisa driblar as fake news através de veículos de comunicação de credibilidade. O apresentador espera contribuir com essa releitura do Balanço Geral. "Eles (criadores de fake news) elaboram mentiras em cima de notícias e isso confunde muito o público. Vou tentar trazer, inclusive, para o novo Balanço Geral, um pouco dessa experiência que eu tive. Me sinto muito feliz de ir para a CNN e ter feito um bom trabalho. Mergulhei nesse mundo de política e economia para entender bem do assunto e passar para os telespectadores. E conseguirei passar isso na Record agora também", enfatizou.

Sobre a pandemia do novo coronavírus, Reinaldo Gottino lembra com saudade do intervalo que teve entre a saída da Record TV no ano passado e a CNN. Ele e a família conseguiram fazer uma viagem de férias. "Pude fazer uma viagem. A gente foi para Punta Cana (República Dominicana) e para os Estados Unidos,. Conseguimos descansar bastante antes da pandemia. Estive até janeiro nos Estados Unidos. Depois, trabalhei 12 horas por dia, mergulhado no trabalho, mas eu gosto. A partir de agora, na segunda-feira, volto ao Balanço Geral. As crianças estão em casa, com escola. É muito triste tudo isso, porque não é uma coisa local e a gente não sabe quando vai acabar, né? A gente torce que tudo isso acabe logo", espera.

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