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Governo de Minas já cogita racionamento

Após reunião no Palácio do Planalto em que ouviu da presidente Dilma Rousseff a garantia de ajuda contra a crise hídrica, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), disse nesta quarta-feira que poderá adotar medidas mais drásticas, como rodízio de água e até racionamento, caso não consiga reduzir em 30% o consumo de água. Segundo Pimentel, a adoção de uma sobretaxa para consumidores que ultrapassarem a média de consumo do ano passado é uma “medida absolutamente necessária”.

O petista também acusou a gestão de seu antecessor, Alberto Pinto Coelho (PP), de ignorar no ano passado dois alertas da Agência Nacional de Águas (ANA) para a gravidade da situação. Coelho assumiu o governo com a saída de Antonio Anastasia (PSDB). “Se não chover, se o consumo não cair, se a vazão não aumentar, e se não houver mais captação, em três meses vamos ter de racionar severamente”, disse o governador, classificando o quadro atual como grave. Depois da reunião com Pimentel, Dilma discutiu o tema com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Na sexta-feira, haverá uma audiência com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para falar do assunto.

“Já estamos implementando uma redução no consumo, começou uma campanha de conscientização, mas também com a adoção de uma sobretaxa para os consumidores que ultrapassarem a média do ano passado, uma medida absolutamente necessária”, disse Pimentel. Segundo o petista, a situação já é crítica na região metropolitana de Belo Horizonte e no norte do Estado, onde há “municípios em situação quase de colapso de abastecimento de água”.

Para Pimentel, a situação grave já estava desenhada desde o ano passado – os reservatórios que compõem o sistema de abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte tinham 70% da sua capacidade tomada em janeiro de 2014, número que caiu para 30% em janeiro deste ano, segundo o governador. “Essa situação, portanto, já podia ter sido detectada em meados do ano passado.” Na avaliação de Pimentel, a população mineira não foi avisada “da gravidade da situação” e as medidas de economia “poderiam ter sido adotadas há seis meses”. “Vão ter de ser adotadas agora, com atraso e mais intensidade”, criticou. Pimentel disse que o governo pretende aumentar a capacidade da captação na bacia do Rio Paraopeba para o reservatório Rio Manso. Segundo ele, o valor da obra seria inferior a R$ 1 bilhão.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, garantiu que o Palácio do Planalto vai dar o apoio necessário ao governo de Minas. “O governo federal vai apoiar a realização dessa obra”, assegurou Barbosa. Ex-presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Ricardo Simões rebateu as acusações de falta de ação na gestão anterior. Ele afirmou que a questão foi agravada pela escassez de chuva, principalmente a partir da segunda quinzena de dezembro de 2014. Segundo ele, a empresa adotou medidas contra a seca após a estiagem no período chuvoso de 2013-2014. (Colaborou Marcelo Portela)

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