O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), pediu nesta quarta-feira, 15, a presença da Força Nacional no município de Caarapó, região de Dourados, onde no dia anterior o líder indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, foi morto a tiros que atingiram outras seis pessoas, incluindo uma criança.
De acordo com o Instituto Sócio Ambiental (ISA), “às 10h da manhã de anteontem, cerca de 70 fazendeiros deslocaram-se com caminhonetes até o território indígena de Toro Passo e atacaram a tiros os cerca de 100 indígenas, que haviam retomado a área, sobreposta à Fazenda Ivu e a outras propriedades, na noite de domingo”.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, servidores da Funai declararam que “o número de feridos deve ser ainda maior porque os indígenas se dispersaram pelo território, em fuga, com a chegada de cerca de 200 caminhonetes, motocicletas, cavalos e trator usados por pistoleiros, capangas e homens que chegaram atirando contra o acampamento em que os Guarani e Kaiowá estavam na Fazenda Yvu, incidente sobre a terra indígena, atualmente em processo de demarcação pelo Ministério da Justiça.”
Vídeos obtidos pelo ISA com indígenas mostram o momento em que as caminhonetes avançam e motocicletas dos indígenas são incineradas.
Em nota, o governo do Mato Grosso do Sul lamentou a morte do indígena e a agressão de policiais militares que teriam ido ao local para prestar socorro aos índios feridos. “Três policiais militares foram rendidos por indígenas, feitos reféns, agredidos e tiveram as armas roubadas, sendo elas três pistolas calibre .40, uma escopeta calibre 12 e três coletes.”
O objetivo do pedido de reforço da Força Nacional, segundo o governador Reinaldo Azambuja, é “restabelecer a segurança e garantir a ordem, em apoio às forças estaduais”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.