Como ficam as casas de shows com uma paralisação sem prazo de retorno? O poder público pode entrar com socorro financeiro como têm feito autoridades em países como a Alemanha? Segundo o secretário estadual de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, Sergio Sá Leitão, esse é o setor de produção de conteúdo presencial mais afetado pelo novo coronavírus. "Fomos de 100 a zero em duas semanas. Estávamos em um bom momento e agora a expectativa é de que essa situação dure pelo menos mais três meses", afirma.
Sá Leitão estima que vá haver uma perda nos negócios ligados à Cultura de cerca de R$ 34,5 bilhões, o equivalente a 1.7% do PIB do Estado de São Paulo. "E a economia criativa estava em crescimento, estamos em um momento dramático", explica.
Sá responde a alguns questionamentos feitos por Rubens Amatto, da Casa de Francisca. Afinal, pode sua secretaria ajudar os empresários nesse momento como, por exemplo, abrindo mão de receber impostos estaduais até suas recuperações econômicas? "Os únicos impostos estaduais que as casas pagam são referentes às mercadorias que elas vendem. Se não vendem, não vão pagar. No caso, os impostos são mais municipais e federais."
O secretário diz ainda que, diferentemente do governo federal, o Estado não tem instrumentos que permitam emitir moedas e títulos, os chamados instrumentos anticíclicos. "Não podemos ser fontes se recursos." Ainda assim, ele diz algo que pode trazer uma boa notícia ao setor: o governador João Doria criou um grupo de trabalho para recuperação econômica priorizando três setores: cultura e economia criativa, turismo e viagens e comércio e varejo. "Vamos fechar um pacote de medidas na próxima reunião desse grupo, que será na quinta-feira. E vamos fazer o que for possível", acrescenta.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>