Em entrevista ao jornal <b>O Estado de S. Paulo</b>, o infectologista Jean Gorinchteyn, médico do Instituto de Infectologia de São Paulo, elogiou as medidas do governo. "Se a gente fechar os olhos ou deixar o vírus circular na comunidade, corremos o risco de sofrer o mesmo impacto no sistema de saúde pública da Itália e mesmo da China."
<b>O Ministério da Saúde acerta ao fazer recomendações tão duras?
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O Brasil tem cumprido uma trajetória de antecipações em relação ao coronavírus. Nós também estamos nos utilizando dos exemplos dos outros países – principalmente na forma como temos lidado com a doença e nas estratégias para sua contenção.
<b>Essas medidas podem ser eficazes neste momento?
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O coronavírus teve uma explosão de mortalidade no fim de dezembro – mas ele já circulava desde outubro. Na ocasião, achavam que era algo relacionado ao clima frio na China e não existia muito perigo fora daquele contexto específico. Foi a mesma coisa que aconteceu na Lombardia, na Itália. Agora, com a possibilidade de transmissão comunitária, justifica-se a criação de medidas como as que foram recomendadas pelo governo.
<b>Qual o risco de não seguirmos essas recomendações à risca?
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Nas maioria dos casos, vamos encontrar versões absolutamente brandas do coronavírus. Mas a nossa preocupação precisa ser com os mais velhos e com quem tem problemas de saúde preexistente. Essas pessoas podem ser afetadas de forma grave e antecipar-se a isso é uma forma de lutar. Neste momento, não existe tratamento ou vacina. Portanto, essas medidas de prevenção são adotadas para que uma disseminação maior seja evitada entre a população.
<b>Mas o impacto na vida das pessoas não será brutal?
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Uma ação como essa vai afetar economicamente a vida das pessoas. Nós estamos cerceados no direito de ir e vir. Nós nunca vivenciamos isso na história, nunca vivenciamos esse cerceamento.
<b>O senhor acredita que medidas mais duras podem estar por vir?
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Eu acredito ainda que medidas de reforço aconteçam se mais de mil casos de coronavírus forem confirmados no País. Por enquanto, o governo está sendo estratégico e agindo de forma correta.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>