O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que haverá um esforço especial nesta semana para a discussão “à exaustão” dos projetos que tratam do ajuste fiscal proposto pelo governo. Em nome deste ajuste, o governo também trabalhará para evitar a aprovação da política nacional de valorização do salário mínimo com o uso da mesma regra para aposentados e pensionistas.
“Indexar é um risco grande, colocaria em risco o ajuste. Não é razoável no momento em que o País está vivendo. Quem banca a conta?”, ponderou Guimarães.
O projeto que estende a política de reajuste do salário mínimo para os benefícios da Previdência foi retirado de pauta na quarta-feira passada, mas ainda poderá voltar ao plenário nesta semana. O líder argumentou que, quando houver condições políticas e econômicas para a indexação, o tema poderá voltar à discussão. “Não é hora disso”, insistiu.
Guimarães disse que haverá nos próximos dias uma “maratona” para convencer todos da necessidade do reajuste. As comissões para a discussão das Medidas Provisórias 664 e 665 serão instaladas nesta semana e hoje está previsto um encontro entre os presidentes das comissões e os relatores para debater o pacote.
O líder lembrou que o ajuste é necessário para estabilizar a situação econômica do País e que, assim que o PT passar a defender as medidas, os demais partidos da base seguirão os petistas. “É fundamental o PT anunciar que vai bancar o ajuste”, apelou.
Outra frente de atuação do governo nesta semana, disse Guimarães, será o anúncio do corte nas despesas de custeio e redução da máquina pública. O petista afirmou que os cortes, cobrados do Executivo, não atingirão as áreas sociais e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele reconheceu que o contingenciamento servirá para passar um sinal positivo à sociedade de que o governo também corta “na própria carne”. “Vamos fazer além daquilo que era a expectativa”, adiantou.
Sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz o número de ministérios, Guimarães questionou o impacto financeiro dos cortes propostos pelo PMDB. “Eventualmente até podemos reduzir, não tem problema. O pessoal fica falando em cortar ministérios, mas quem vai perder?”, observou.