O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou que seu país está “no estágio final” das conversas sobre um novo pacote de ajuda. O governo liderado por Tsipras rejeitou nesta quarta-feira a ideia de prorrogar as negociações com os credores internacionais para além deste mês.
Atenas corre para concluir as conversas com os credores por um novo pacote de ajuda de 85 bilhões de euros (US$ 92 bilhões) antes do prazo de 20 de agosto, quando precisa fazer um grande pagamento. O país está, porém, sobre crescente pressão de dissidentes no partido governista Syriza para abandonar esse processo.
“Nós estamos no estágio final para concluir um acordo com as instituições”, afirmou Tsipras. Os ministros de Finanças e Economia gregos, Euclid Tsakalotos e Giorgos Stathakis, realizam novas reuniões com os credores em Atenas nesta quarta-feira.
Os negociadores pressionam a Grécia a acelerar o programa de ajuste, acabando com prerrogativas para antecipação de aposentadoria, pela imposição de regras mais duras para reaver impostos atrasados e para permitir uma monitoração mais forte dos credores sobre um fundo de privatização.
A Comissão Europeia, um dos principais negociadores da União Europeia, disse que as conversas estão progredindo de maneira satisfatória e acredita que um acordo pode ser fechado por volta do dia 20. “Este é um cronograma ambicioso, ainda que possível, se todos mantiverem seus compromissos”, afirmou a porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva.
Já o governo alemão não quis falar sobre prazos possíveis para um acordo com Atenas. “Uma série de pontos ainda precisa ser esclarecida”, disse o porta-voz do Ministério das Finanças alemão, Marco Semmelmann.
Um porta-voz parlamentar do partido governista grego Syriza, Nikos Fylis insistiu que a proposta dos credores para ampliar as conversas e dar a Atenas um empréstimo interino estava “fora de cogitação”. A Grécia deseja obter um grande desembolso inicial, de 25 bilhões de euros, assim que o pacote for aprovado. O país espera então começar negociações antes do fim do ano sobre como reduzir o grande montante de sua dívida. Já os credores europeus rechaçam um desconto na dívida, mas dizem estar dispostos a discutir melhor os termos para os pagamentos.
Tsipras enfrenta ainda o risco de uma insurgência em seu partido, com vários dissidentes se opondo ao terceiro pacote de ajuda e às medidas de austeridade exigidas. A revolta poderia gerar a necessidade de uma nova eleição geral no país. Em Atenas, um sindicato apoiado pelos comunistas realizou um protesto pacífico contra as novas medidas orçamentárias. Fonte: Associated Press.