Cerca de 15 colombianos estão dormindo no saguão do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, aguardando pela repatriação. O grupo deveria ter embarcado em um voo que partiu no dia 9 de maio, mas a viagem não aconteceu por conta do valor alto das passagens. Os imigrantes aguardam uma resposta do consulado, que até o momento não se manifestou. As informações são da Folha de S.Paulo.
O grupo já tentou embarcar em um voo normal e até o aluguel de um ônibus. Mas a viagem não aconteceu pela falta de autorização por parte do consulado.
Enquanto aguardam uma solução, o grupo dorme e faz refeições com doações recebidas, que são preparadas com lenha, na parte externa do aeroporto. Os colombianos também não têm acesso a chuveiros.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Maria Victória Carvajal, de 34 anos, contou que ela e seu marido trabalhavam em uma loja de roupa, em Recife, que fechou as portas logo no início da pandemia. Sem conseguir pagar as contas, decidiram viajar até São Paulo, onde pegariam o voo de repatriação no dia no 9 de maio.
As passagens que normalmente custam 1,6 milhões de pesos colombianos, eram vendidas a 2,5 milhões, o equivalente a R$ 3.700. Os viajantes teriam ainda que se hospedar em Bogotá, onde permaneceram 14 dias, antes de retornarem para suas cidades de origem.
“A pandemia nos pegou de surpresa. Ficamos sem recursos para pagar o aluguel e até comer” disse Victória, que está no aeroporto há 11 dias.
Outra história que chama a atenção é de John Edinson Restrepo, de 30 anos, que saiu do Mato Grosso do Sul, na companhia de um amigo e andou quatro dias a pé, até chegar ao aeroporto. A viagem não foi fácil. “Caminhávamos de noite e de madrugada, porque era mais fresco. Às 19h30, um carro passou por cima do meu amigo”, contou. O homem foi encaminhado para o hospital e após a alta, a dupla continuou seu trajeto até o aeroporto.
O grupo é formado por colombianos que trabalhavam em Goiânia, Fortaleza e João Pessoa, além de um Russo, que foi acolhido pelo grupo e apesar de não conseguir se comunicar é alimentado pelos novos colegas.