O GuardeAqui, empresa de locação de espaços para armazenar objetos, acaba de fechar a compra da concorrente CanguBox, criada pelos ex-sócios da incorporadora Agra. Trata-se da primeira aquisição do GuardeAqui, empresa controlada pela Equity International, o fundo do bilionário americano Sam Zell, que já investiu em empresas como Gafisa e BR Malls.
A aquisição faz parte da estratégia do GuardeAqui de acelerar o seu plano de expansão. Criado em 2005 e vendido em 2011 ao fundo de Sam Zell quando tinha apenas três unidades, o GuardeAqui tem hoje 10 unidades em operação e três em desenvolvimento, já considerando os dois galpões do CanguBox. A meta é chegar a 50 unidades até, no máximo, 2019, um plano que exigirá investimentos de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões por unidade.
“Enxergamos oportunidades para acelerar nossa expansão. Nossa visão de negócios é de longo prazo e a crise facilita a negociação com os concorrentes e também com os donos de imóveis”, afirmou o presidente do GuardeAqui, Allan Paiotti. De acordo com ele, o enfraquecimento do mercado de incorporação imobiliária reduz a competição pelos terrenos.
O preço dos ativos no Brasil ficou mais barato para os sócios do GuardeAqui diante da desvalorização do real. O GuardeAqui hoje tem três sócios estrangeiros – o fundo de Sam Zell, um fundo da LaSalle Investment e uma divisão de investimentos do Morgan Stanley.
O mercado de self storage, como são conhecidos os galpões com boxes para armazenar móveis ou estoque de lojas, por exemplo, tem cerca de 100 empresas no Brasil e 150 unidades. Com exceção da GuardeAqui, todas têm menos de cinco unidades. “Estamos olhando vários concorrentes. Mas a infraestrutura de baixa qualidade de algumas unidades faz com que, em muitos casos, o negócio perca o sentido”, diz Paiotti.
O empresário Fernando Albuquerque, um dos fundadores da CanguBox, diz que ele e seus sócios venderam a empresa para direcionar o foco para os outros negócios que detém no ramo imobiliário. Os mesmo acionistas são donos da imobiliária Remax e da loteadora Lote 5. “A CanguBox ia bem, mas era o nosso menor negócio. Sabíamos que para crescer precisaríamos buscar mais recursos. Mas recebemos uma proposta interessante e decidimos vender”, afirmou Albuquerque. Segundo ele, os recursos da venda – valores que não foram revelados – serão aplicados na empresa de loteamento.
O presidente da Associação Brasileira de Self Storage, Flavio Del Soldato Junior, não espera uma onda de aquisições expressivas no setor neste ano. “É difícil fechar negócio positivo para os dois lados”, disse. De acordo com ele, o cenário pode mudar com o aumento da competição no setor. “Já existe uma guerra de preços e, no futuro, algumas empresas podem preferir vender do que operar no prejuízo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.