A Prefeitura de Guarulhos, por meio da Secretaria de Segurança Pública, inaugurou nesta terça-feira (30) o posto de Inspetoria de Patrulhamento e Ações Civis Maria da Penha, na praça Antônio Nader, em Gopoúva, que conta com um efetivo de 31 agentes da Guarda Civil municipal (GCM).
O prefeito Guti participou da inauguração do novo posto e fez questão de salientar o quão relevante ele será para a segurança das mulheres vítimas da violência, principalmente doméstica. “Esse é um grande momento para as mulheres que vivem oprimidas. Quero agradecer todo apoio que recebemos dos comerciantes locais para que essa unidade fosse instalada aqui e não deixasse o bairro. A estrutura está espetacular e, por esse motivo, pedi para que a cerimônia fosse realizada aqui dentro”, disse o prefeito.
A Patrulha Maria da Penha foi criada para fazer valer a Lei Maria da Penha e que em Guarulhos está em vigor desde agosto de 2018. A principal função da inspetoria é atender mulheres que tenham medida preventiva de urgência já decretada pelo Poder Judiciário. “O nosso objetivo é o de monitorar as mulheres que já possuem a medida decretada pela Justiça. Mas para trabalhar na prevenção da violência contra a mulher é preciso entender, principalmente, o que é situação de risco”, afirmou a gestora do novo posto, Darcy Maria Feitosa dos Santos.
Ainda de acordo com Darcy, o cotidiano das mulheres atendidas quase sempre é de dor, medo, angústia e muita ansiedade. “As mulheres atendidas pela patrulha têm um histórico muito triste de agressões. O cenário é de desespero, muitas são vítimas por anos, sofrem agressões físicas e ameaças constantes. Por isso precisamos atendê-las com urgência e esse posto vem de encontro a tudo que precisamos para prestar um serviço cada vez melhor”, disse a gestora.
Também esteve presente à cerimônia o vereador João Dárcio Sacchi, autor da lei municipal que criou a Patrulha Maria da Penha, além do secretário da Segurança Pública, Gilvan Passos, o seu adjunto, Joel Bomfim, do comandante da GCM, Messias Pires de Carvalho, e da subsecretária de Políticas para Mulheres, Verinha Souza.
A Patrulha Maria da Penha foi criada para assegurar o acompanhamento e o atendimento das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, fiscalizando as medidas protetivas determinadas judicialmente. No ano passado, foram acompanhadas 15 medidas protetivas. Neste ano, até o momento, já foram 32 mulheres atendidas, com três prisões em flagrante.
UM ATO DE CORAGEM
CS tem 31 anos. Ficou casada por sete anos com um homem que tinha comportamento normal e nunca havia sido violento. Dessa união surgiu uma filha, hoje com 2 anos e 9 meses. “Levava uma vida normal, até que meu marido resolveu pedir a separação. Nos acertamos, mas depois de tudo acertado ele apareceu no meu trabalho e fez ameaças”, disse.
O processo de separação continuou, quando aconteceu a agressão: “Ele me segurou pelo pescoço e puxou meus cabelos. Me senti humilhada, com medo do que pudesse acontecer, e resolvi procurar proteção”, afirmou.
O primeiro passo foi registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher e depois esperar a medida protetiva que foi decretada pela Justiça: “Hoje, já separada legalmente, me sinto totalmente segura. A Patrulha Maria da Penha sempre passa no meu local de trabalho e pergunta se meu ex-marido está respeitando todas as regras. Digo que sim e vou levando minha vida, com mais tranquilidade”, finalizou.