A preocupação com a saída dos estrangeiros do sistema carcerário brasileiro é constante entre os profissionais que tratam de processos relacionados ao tráfico internacional de drogas. Cerca de 76% dos detidos tentando transportar entorpecentes no Aeroporto Internacional de Guarulhos são estrangeiros.
As dificuldades encontradas pelos regressos do sistema carcerário é a falta de documentos, dificuldade com a língua e a espera na decisão se será expulso do Brasil e não poderá mais voltar ou se poderá tentar reconstruir sua vida dentro do país. Em muitos casos estes regressos passam a viver em situação de rua, mas não podem ser atendidos por albergues normais.
Na manhã da última segunda-feira (1) o Núcleo de Cidadania da Justiça Federal de Guarulhos e o GRU Airport, concessionária responsável pelo Aeroporto de Guarulhos, apresentaram para a imprensa e convidados, o lançamento do Programa de Ressocialização de Réus Estrangeiros (PRORREST). O projeto é uma parceria entre Justiça Federal de Guarulhos com a GRU Airport e o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Guarulhos (CDDH) para a estruturação de um albergue transitório que deve ser finalizado em setembro.
O albergue, localizado no bairro Macedo, terá capacidade para 25 leitos, aulas de português, espaço para cursos profissionalizantes e área de convivência. O local deve servir como ponto de passagem para que o estrangeiro possa se reorganizar e consiga seguir com projetos pessoais que não envolvam o retorno ao crime.
Apesar do investimento da GRU Airport para que o local seja adaptado, os responsáveis pelo projeto procuram patrocínios para que o albergue possa oferecer a estrutura adequada e permanente para os estrangeiros.