Cidades

GUARULHOS TRAVADA – Corredores prometidos por Dilma não passam de ilusão

Corredores de ônibus anunciados pela presidente Dilma Rousseff terão investimentos de mais de R$ 600 milhões do governo federal, mas esbarram na falta de planejamento e continuidade

Trecho II da avenida Papa João Paulo I
Recursos de R$ 120 milhões que serão usados em um trecho de 4,1 km, ligando a futura avenida Jacú-Pêssego ao Trevo de Bonsucesso. A obra prevê a implantação de três faixas de tráfego por sentido, sendo uma exclusiva para o transporte coletivo, estações de embarque e desembarque com plataforma em nível e com cobrança externa ao veículo, similar ao sistema do Metrô, além de uma ciclovia. Esta intervenção complementa o trecho I, selecionado no PAC Grandes Cidades.


Esse corredor só terá utilidade quando a futura avenida Jacú-Pêssego guarulhense tiver ligação direta com o trecho paulistano da mesma via. Para tanto, ainda falta a Prefeitura conseguir recursos para construir a passagem sob a rodovia Presidente Dutra, numa obra que ainda não foi autorizada pela ANTT e nem recursos liberados, já que os valores anunciados por Almeida desde 2009 nunca chegaram à cidade e, segundo consta, não são suficientes nem para dar início à obra.


Corredor João Jamil Zarif
Recursos de R$ 215 milhões, para obras de 6 km de extensão, ligando as avenidas Otávio Braga de Mesquita e Estrada Velha Guarulhos/Nazaré, nos bairros Taboão e São João. O empreendimento prevê a implantação de três faixas de tráfego em cada sentido, sendo uma exclusiva para ônibus, estações de embarque e desembarque com plataforma em nível e com cobrança externa, além de ciclovia.

Se conseguir viabilizar esta obra, a Prefeitura irá tirar um grande gargalo existente na região. No entanto, o alargamento da João Jamil Zarif pode se tornar inviável já que a avenida beira, de forma perigosa, o rio Baquirivu. Do outro lado, como são áreas particulares, seriam necessárias desapropriações, que necessitam de verbas não previstas na liberação destes recursos.
Corredor Otávio Braga de Mesquita

Recursos de R$ 100 milhões num trecho de 2,3 km de extensão, que ligará as avenida João Jamil Zarif à Engenheiro Albert Lemier, em Taboão. Serão três faixas de tráfego por sentido, sendo uma exclusiva para ônibus, estações de embarque e desembarque com plataforma em nível e cobrança externa ao veículo, similar ao Metrô, além de ciclovia e viaduto sobre a avenida Marginal do Rio Baquirivu.

Neste caso, o corredor terminará em um trecho da Otávio Braga que acabará se afunilando. Ou seja, todo o fluxo esbarrará no estreitamento no final corredor no sentido Centro.


Corredor Paulo Faccini
Recursos de R$ 210 milhões com trecho de 3,4 km de extensão entre as avenidas Monteiro Lobato e Suplicy, no bairro Paraventi. A obra terá três faixas de tráfego por sentido, sendo uma exclusiva ao transporte coletivo, estações de embarque e desembarque com plataforma em nível e com cobrança externa ao veículo, além de ciclovia e transposição em desnível na avenida Monteiro Lobato.

Esta é a obra mais inviável do pacote. Além de muito cara, a Paulo Faccini não tem perfil para receber ônibus. Seu alargamento avançará sobre bolsões de estacionamentos dos estabelecimentos comerciais, fora que a avenida – depois de toda a reformulação no sistema de transportes – recebe apenas duas linhas municipais.

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