O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que é possível que o País termine o ano com perda de cerca de 300 mil empregos formais, em torno de um quarto do que foi perdido na última recessão, em 2015 e 2016, em que foram perdidos 1,3 milhão, conforme declaração dada no Congresso da Abrapp. "Na maior crise global, nós podemos terminar o ano com um terço ou um quarto dos empregos que foram perdidos nas recessões auto-impostas", disse, referindo-se ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo o ministro, nessa época do ano, em 2015 o País já havia perdido 650 mil empregos formais e, em 2016, 687 mil vagas com carteira assinada, contra cerca de 550 mil este ano. Mas, como a expectativa é de continuar a geração de postos até o fim do ano, o saldo negativo pode ficar ao redor de 300 mil.
O ministro ainda fez a comparação mais uma vez com o mercado de trabalho dos EUA, mais flexível, em que houve perda de mais de 30 milhões de empregos. "É óbvio que está sendo feito", disse, citando o programa de preservação de empregos. "O Brasil está reagindo à crise de forma que considero bastante razoável."
Guedes ainda repetiu que a aprovação da autonomia do Banco Central é o que vai permitir que aumentos temporários e setoriais na inflação não se transformem em aumentos permanentes.
O ministro ainda disse que a maior parte da inteligência brasileira acredita em economia planificada, quando o avanço da China é explicado por sua parte voltada ao capitalismo. "Hoje existe pouca tolerância com o governo conservador, mas houve 10 anos de crise econômica enfrentados com paciência."