A Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) aplicou ao todo 11 multas aos veículos usados pelos grupos que organizaram o protesto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo, 12, sob argumentos de que não poderiam circular pelo trecho – fechado para veículos aos domingos -, estavam estacionados em local proibido (na ciclofaixa) e tinham dimensão acima do permitido. As multas somam R$ 1.234,35.
Os porta-vozes dos movimentos anti-Dilma ainda não foram notificados, mas afirmam que veem na medida uma tentativa de “coerção e boicote” da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) às manifestações contra sua correligionária.
A aplicação da multa ocorre mesmo depois de uma reunião na qual foi discutido o procedimento para a realização da manifestação. O encontro aconteceu na sede do Copom, na última terça-feira da semana passada, no molde dos realizados na semana anterior aos atos de maio, abril e agosto. Participaram representantes dos grupos organizadores, das polícias Militar e Civil, Prefeitura, Bombeiros, Metrô e da própria CET.
Nota
Na sexta passada, três dias depois da reunião, no entanto, a Prefeitura divulgou uma nota afirmando que a Avenida Paulista estaria fechada, “em toda a sua extensão, para o trânsito de veículos motorizados no domingo dia 13, das 10 as 18 horas, como ocorre em todos os domingos”. “Só serão permitidos veículos dos moradores e de emergência nos percursos já definidos e conhecidos. A ciclovia e a ciclofaixa funcionarão normalmente. Veículos que permanecerem estacionados na via serão multados”, diz o texto.
Nessa segunda, 14, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, ratificou o conteúdo da nota e negou que os grupos tivessem autorização para estacionar os veículos na avenida. “Essa autorização não existe”, disse.
Líderes dos movimentos pró-impeachment afirmam que foi protocolado ofício junto à PM para a realização do ato, que foi autorizada com a expedição de um alvará. E atribuem a aplicação de multa a uma retaliação política. “Isso é uma tentativa de boicotar o direito à livre manifestação”, disse o empresário Renan Santos, um dos líderes do Movimento Brasil Livre. O empresário Rogério Chequer afirmou que já tinha percebido que a Prefeitura não estava satisfeita com a realização das manifestações. “Orientamos as pessoas a levarem seus lixos porque não tinha cestas ao longo da avenida”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.