Com a estreia de Boca de Ouro, a versão de Daniel Filho, vale (re)ver a Bonitinha de Moacyr Góes, a sempre ótima Letícia Colin. É a terceira adaptação da peça Bonitinha, mas Ordinária, de Nelson Rodrigues, e a primeira, com direção de Jece Valadão, que também atuava, a chegar às telas, em 1963. Vieram depois a Bonitinha de Brás Chediak, com Lucélia Santos, nos anos 1980, e a de Moacyr Góes, nos 2010.
Bonitinha, mas Ordinária é a atração desta sexta, 13, à 0h40, no Canal Brasil. A trama é conhecida – Edgar recebe proposta para se casar com garota que sofreu violência sexual, mas Maria Cecília não é flor que se cheire. A versão de Chediak tem, pelo menos, uma cena antológica – Edgar discute com a mãe o que fazer, enquanto ela lava sua cabeça. Quando a mãe lhe diz "Baixa a cabeça" não é só para enxaguar. É uma ordem para que ele se submeta, pelo dinheiro que vão receber.
O Edgar de Moacyr Góes é João Miguel. Leandra Leal faz sua namorada, Ritinha. De sua vivência no teatro, Góes traz um bom conhecimento da obra rodriguiana. Nelson chegou a ser comparado a Tennessee Williams pelo viés psicológico, com certeza. Há um personagem-chave nessa história – Peixoto. Moacyr deslocou o eixo. Fez de Peixoto o centro da narrativa e ofereceu um grande papel a seu irmão, Leon Góes.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>