Cidades

Hospital da morte

Depois da publicação de nota sobre a lastimável situação do HMU, a coluna recebeu alguns relatos sobre diferentes problemas apresentados naquela instituição de saúde municipal. Há informações que indicam até falta de água nos banheiros da enfermaria, pacientes com doenças infecciosas em leitos nos corredores ao lado de pessoas em situação menos grave, entre outros. Segundo um leitor, até mesmo médicos e profissionais que atuam no local não estão mais suportando o descaso da Prefeitura. 
 
 
Morte suspeita
 
Um dos casos mais graves foi relatado por um servidor municipal. Segundo contou, um funcionário, lotado na Secretaria Municipal de Saúde, de 42 anos, teria dado entrada no HMU após sofrer uma fratura no tornozelo. Ele permaneceu internado por 15 dias, quando adquiriu uma pneumonia, vindo a falecer após sofrer duas paradas cardíacas. 
 
 
Algo cheira mal
 
Apesar das fotos que a coluna tem em mãos e já divulgadas nas redes sociais, a Prefeitura negou, em nota, que tenha alugado carros modelo Spin ou Trailblazer para a Guarda Civil Municipal, apesar de haver viaturas destes modelos estacionadas no pátio da corporação e no Departamento de Transportes Internos, devidamente identificadas. 
 
No reino da GCM
 
Uma publicação de julho do Diário Oficial revela que uma empresa de Osasco locou viaturas para a GCM, em um contrato de 20 meses, ao valor de R$ 1.350.800,00. Não especifica os modelos, mas a coluna apurou que as Spin fazem parte do lote, que teria também Renault Duster. Somente neste ano estão empenhados para a empresa nada menos do que R$ 337 mil. Apesar do dinheiro público gasto, a população ainda não viu a cor das viaturas nas ruas.
 
 
Mera coincidência
 
A empresa que locou veículos para a GCM é sediada em Osasco, uma das poucas cidades do Brasil em que o PTN, partido do ex-secretário de Segurança Pública de Guarulhos, João Dárcio, se saiu vencedor nas eleições municipais. Com o apoio do ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT), que chegou a ser preso no escândalo do Mensalão, o atual vereador Rogério Lins venceu o segundo turno contra o ex-petista e prefeito Jorge Lapas, hoje no PDT.  
 
 
 
 
OUTRO LADO
Com relação à nota publicada na coluna do Ernesto Zanon nesta terça-feira (22), a Secretaria de Saúde faz os seguintes esclarecimentos:
 
Além de ignorar o princípio básico bom jornalismo, ou seja, ouvir o outro lado, o colunista faltou com a verdade em todas as afirmativas da sua nota sobre o Hospital Municipal de Urgências (HMU), pelos motivos a seguir expostos:
 
1. Primeiro, porque não há falta de água no hospital. O desabastecimento momentâneo e programado ocorrido durante duas horas da quinta-feira da semana passada, somente nos sanitários da enfermaria, foi agendado previamente para a limpeza das caixas d’água.
 
2. Para os pacientes com doenças infecciosas graves, o HMU conta com leitos de enfermaria de isolamento tanto no pronto-socorro, como na enfermaria cirúrgica, na UTI e na enfermaria da clinica médica. Além disso, o hospital adota todos os cuidados de enfermagem e de controle de infecção hospitalar, de acordo com protocolos internacionais, para prevenir a transmissão de doenças.
 
3. Quanto à menção sobre os profissionais que atuam no local, não há nenhum relato de reclamações tanto da equipe médica como dos demais funcionários na Ouvidoria criada justamente para receber queixas e sugestões.
 
4. Bem diferente do título atribuído à nota, o HMU é um hospital que preserva, luta e salva vidas. Tanto que no mês passado foram atendidas somente em seu pronto-socorro mais de 15 mil pessoas, sendo cerca de 300 em estado gravíssimo que escaparam da morte graças à assistência que receberam no local. Enquanto isso, outros hospitais da cidade trabalham de portas fechadas, com restrição ao atendimento.
 
5. Por fim, quanto ao paciente de 42 anos que veio a óbito no hospital, a Secretaria de Saúde esclarece que ele era portador de várias outras doenças de base, como, por exemplo, esquisofrenia e alcoolismo de longa data. Além disso, o paciente teve fratura de tornozelo após queda de altura e deu entrada no HMU em surto psicótico agudo, tanto que, primeiramente, ficou internado na ala psiquiátrica. Ele foi estabilizado, mas precisou ser transferido para a clínica médica por ter adquirido uma pneumonia e insuficiência respiratória, quadro que foi agravado por conta de sua pancreatite alcoólica e insuficiência renal aguda. Esses problemas relacionados ao consumo de álcool fizeram com que seu quadro clínico piorasse e, no dia 13 deste mês ele foi transferido para a unidade semi-intensiva e entubado, momento em que ele teve uma parada cardiorrespiratória de cinco minutos, que foi revertida pela pronta assistência da equipe médica. Na mesma data ele foi removido para a UTI, mas no dia seguinte, diante de uma nova parada cardiorrespiratória, ele não resistiu e veio a óbito.
 
 
NOTA DO COLUNISTA:
Em momento algum, houve falta com a verdade. Tanto que as próprias respostas passadas pela Secretaria confirmam que houve falta de água, que houve a morte de um servidor de 42 anos. Quando às reclamações de profissionais, não depende da coluna, eles se dirigirem à Ouvidoria para reclamar. 

 

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