O HSBC Brasil deve entregar resultado de R$ 1,209 bilhão este ano, de acordo com o diretor executivo gerente e de relações com investidores do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti. O resultado, no critério recorrente, conforme ele, se confirmado, representará aumento de 28,8% em relação ao de 2014, de R$ 939 milhões.
A diferença desta cifra ante o prejuízo anunciado pelo HSBC no ano passado, de R$ 549 milhões, se dá, conforme Angelotti, porque ocorreram situações específicas do ambiente econômico e impacto da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga contratos com a Petrobras. “O HSBC teve efeitos de provisionamento de clientes específicos por Lava Jato, na área corporate, em 2014. Quando se eliminam essas situações, custos da matriz, eventos de reestruturações internas e impairment de ativos, o resultado limpo, recorrente, é de R$ 939 milhões”, explicou o executivo.
O presidente do HSBC no Brasil, André Brandão, afirmou que o resultado do primeiro semestre do banco corrobora tal expectativa para o lucro neste exercício. A instituição anunciou, na madrugada desta segunda-feira, 3, lucro de US$ 191 milhões no primeiro semestre de 2015, respondendo por 44% do resultado do grupo britânico na América Latina. No varejo e gestão de recursos, porém, foi identificado prejuízo de US$ 74 milhões.
Questionado sobre se o Bradesco teria pago um valor elevado por um banco que no ano passado teve prejuízo e rentabilidade negativa, Luiz Carlos Trabucco Cappi, presidente da instituição, disse que os resultados do passado não podem ser usados como referência para o futuro. “Foi uma fotografia do balanço em determinado momento, com uma estrutura de custos bastante diferente. A integração poderá ter pela complementaridade ganhos de escala, algo importante, e pelo aumento de receitas, produtos e serviços, que consomem menos capital. O portfólio se expande. O valor pago foi confortável e conveniente”, disse Trabuco.
Dos R$ 17,6 bilhões a serem pagos pelo Bradesco estão considerados R$ 10,4 bilhões pela operação do banco, com um múltiplo de 1,1 vez o patrimônio líquido, e R$ 4,7 bilhões pela seguradora do HSBC, considerando um múltiplo de 11,8 vezes seu lucro de R$ 400 milhões.
A otimização necessária, conforme Trabuco, é de R$ 2,5 bilhões, correspondente a quase 3,9% do faturamento atual ou 5,5% de ganhos de escala considerando os resultados de 2015. “Os múltiplos são bastante conservadores com relação ao potencial que temos de extrair do negócio. Podemos atingir rapidez e ultrapassar parâmetros esperados em sinergia”, acrescentou Renato Ejnisman, diretor adjunto do Bradesco, responsável por banco de investimento, corretoras e Securities.