Após a forte retração nos meses de março e abril, em meio à pandemia do novo coronavírus, a atividade econômica brasileira apresentou o quarto mês consecutivo de alta. O Banco Central informou nesta quinta-feira, 15, que o Índice de Atividade (IBC-Br) subiu 1,06% em agosto ante julho, na série já livre de influências sazonais. Em julho, o avanço havia sido de 3,71% (dado revisado).
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, apesar de percebidos em fevereiro, se intensificaram em todo o mundo a partir de março. Para conter o número de mortos, o Brasil adotou o isolamento social em boa parte do território, o que impactou a atividade econômica. Os efeitos negativos foram percebidos principalmente em março e abril. Nos últimos quatro meses, porém, o IBC-Br demonstrou reação.
De julho para agosto, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 132,64 pontos para 134,05 pontos na série dessazonalizada. Este é o maior patamar desde fevereiro deste ano (139,92 pontos).
A alta do IBC-Br ficou dentro do intervalo das estimativas do mercado financeiro mas abaixo da mediana calculada pelo <b>Projeções Broadcast</b>, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Os analistas esperavam resultado entre +0,90% e +3,44%, o que gerou a mediana em +1,70%.
Na comparação entre os meses de agosto de 2020 e agosto de 2019, houve baixa de 3,92% na série sem ajustes sazonais. Esta série encerrou com o IBC-Br em 136,66 pontos em agosto.
O indicador de agosto de 2020 ante o mesmo mês de 2019 mostrou desempenho levemente menos negativo do que previa a mediana das projeções e veio dentro do intervalo das estimativas do mercado financeiro. Os analistas consultados pelo <b>Projeções Broadcast </b> esperavam resultado entre -4,80% e -3,01% (mediana em -4,05%).
<b>Trimestre</b>
O Banco Central também informou que o IBC-Br registrou alta de 5,94% no acumulado do trimestre encerrado em agosto de 2020, na comparação os três meses anteriores (março a maio), pela série ajustada sazonalmente.
Por outro lado, o BC informou que o IBC-Br acumulou baixa de 4,74% no trimestre até agosto de 2020 ante igual período de 2019, pela série sem ajustes sazonais.
Conhecido como uma espécie de "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2020 é de retração de 5,0%. Este cálculo foi divulgado por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.
No Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na última terça-feira, a projeção é de queda de 5,03% do PIB em 2020. O Focus reúne as projeções dos economistas do mercado financeiro.