Economia

IBGE apura aceleração em 5 dos 9 grupos do IPCA em junho

A aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 0,74% em maio para 0,79% em junho, foi puxada por cinco dos nove grupos investigados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A principal elevação ocorreu em Despesas Diversas (0,74% para 1,63%), diante da elevação de 30,80% nos jogos de azar.

Também ganharam força na passagem do mês os grupos Transportes (-0,29% para 0,70%), com as passagens aéreas mais caras; Artigos de Residência (0,36% para 0,72%), com o aumento de 0,82% nos aparelhos de TV, som e informática; Educação (0,06% para 0,20%); e Comunicação (0,17% para 0,34%).

Por outro lado, desaceleraram os grupos Alimentação e Bebidas (1,37% para 0,63%), Habitação (1,22% para 0,86%), Vestuário (0,61% para 0,58%) e Saúde e Cuidados Pessoais (1,10% para 0,91%). No vestuário, as roupas masculinas ficaram 1,13% mais caras, apontou o IBGE.

Remédios

Os remédios ficaram 0,64% mais caros em junho, ainda reflexo dos reajustes de 5,00%, 6,35% ou 7,70% autorizados pelo governo e em vigor desde o dia 31 de março. Mesmo assim, o resultado foi menor do que em maio, o que levou o grupo Saúde e Cuidados Pessoais a desacelerar de 1,10% para 0,91% em junho. No grupo, outros itens se destacaram: artigos de higiene pessoal (1,46%), serviços médicos e dentários (1,10%), plano de saúde (0,77%) e serviços laboratoriais e hospitalares (0,70%).

Taxa de água e esgoto

O aumento expressivo nas taxas de água e esgoto em junho se deve à contaminação provocada pela energia elétrica mais cara em 2015, afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. No mês passado, o preço administrado avançou 4,95%, o terceiro maior impacto no IPCA.

“Várias empresas têm pedido reajustes extras para fazer frente ao custo da energia elétrica”, explicou Eulina. Apesar disso, ela disse que não é possível mensurar ainda até onde vai essa influência, nem se ela atua como o principal fator de alta sobre o índice de inflação. “Tem o dólar, vários fatores que estão propiciando a alta. Por outro lado, em alguns itens já se nota menor demanda segurando as taxas”, afirmou a coordenadora.

Em junho, a energia elétrica não exerceu a influência percebida em meses anteriores. Mesmo assim, Eulina não descartou novos aumentos e, consequentemente, novas pressões de custo sobre a economia como um todo. “Como o problema não acabou, tudo pode acontecer”, disse.

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