Economia

IBGE: inflação e juros baixos e alta da massa salarial explicam melhora no varejo

A redução de juros, a inflação mais baixa e o aumento da massa salarial estão por trás da melhora no varejo, segundo Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em janeiro, as vendas cresceram 0,9% em relação a dezembro. Na comparação com janeiro de 2017, a alta foi de 3,2%, a décima taxa positiva consecutiva. Isabella ressalta que o avanço já não teve ajuda de uma base de comparação tão fraca, como ocorreu em meses anteriores. A recuperação se dá sobre um patamar mais elevado.

As oscilações nas vendas mês após mês, entretanto, ainda limitam a velocidade de recuperação de patamares recordes registrados pelo setor. O volume vendido pelo varejo está 8,1% abaixo do pico registrado em outubro de 2014. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas estão 14,8% inferiores ao ponto máximo alcançado em agosto de 2012.

“Os resultados na margem (série com ajuste sazonal) vêm mostrando alguma volatilidade, acho que acompanham um pouco a recuperação lenta da atividade econômica, na medida em que tem muita ociosidade ainda na economia. E essa ociosidade faz com que 12,6 milhões de trabalhadores não estejam trabalhando, não estejam podendo exercer seu poder de compra mais plenamente”, lembrou Isabella.

Revisões

As revisões dos dados de vendas no varejo de dezembro do ano passado, que recuaram menos do que o estimado, foram motivadas pelo ajuste sazonal e pela entrada de novas informações fornecidas pelos participantes da pesquisa, especialmente os da atividade de supermercados. “Supermercados é um setor que tem muita empresa, uma atividade muito pulverizada”, explicou Isabella Nunes. O volume vendido em dezembro de 2017 ante novembro passou de uma queda de 1,5% para redução de 0,5%.

O coordenador das Pesquisas Conjunturais do IBGE, Flávio Magheli, informou que não há previsão de nova revisão na PMC este ano, incluindo a anunciada mudança de base fixa para base móvel. “Não vamos fazer (a mudança de base fixa para base móvel), temos outras prioridades, não será feito agora. É uma mudança que não é simples”, justificou Magheli.

De acordo com o coordenador, como os usuários já estão acostumados com a base fixa atual, será necessário que o IBGE faça antes de qualquer mudança conduzir consultas, debates e esclarecimentos com usuários.

“Não tem alteração de peso, não tem alteração de amostra, não tem alteração de número índice para base móvel. No ano passado houve mudança de amostra, novas empresas e novos informantes, houve encadeamento da serie. E permaneceu a base fixa”, resumiu Isabella.

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