Estadão

Ibovespa acelera e rompe a marca dos 120 mil pontos, ignorando NY, agenda fraca e vencimento

Perspectivas de melhora das condições macroeconômicas do Brasil impulsionam o Ibovespa. Após abrir tímido na faixa dos 118 mil pontos, o Índice Bovespa acelerou o ritmo de alta no fim da manhã desta sexta-feira, 21, renovando máximas acima dos 120 mil pontos, dando um salto de cerca de 2 mil pontos.

Com isso, sai de uma elevação módica semanal de 0,32% até quinta-feira (20) para 2,00% na semana, e avança 1,68% no mês. A valorização na carteira do indicador da B3 é praticamente geral: só Gerdau PN e Metalúrgica Gerdau caíam 1,53% e 1,09%, respectivamente.

"Os mercados estão otimistas, e chama atenção o setor de bancos. Até a curva de juros está fechando bem, devolvendo um pouco do estresse recente e isso reflete nas ações", afirma Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos.

Por volta de 11h, o Ibovespa rompeu a importante marca psicológica dos 120 mil pontos, nível ultrapassado mais cedo no índice futuro, que já sobe ao nível dos 121 mil pontos.

"Se mantiver esse ritmo e indo até além, será ótimo, é uma resistência importante do mercado. Seria relevante no sentido de que caminharia rumo à faixa dos 130 mil pontos que muitos esperam para o Ibovespa no fim do ano", afirma Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

O Índice Bovespa sobe de forma expressiva em relação às bolsas de Nova York, que avançam em torno de 0,20%, com os investidores se preparando para a agenda forte da semana que vem, com destaque para a decisão sobre juros dos EUA.

A valorização do Ibovespa ocorre apesar da agenda escassa de indicadores e do vencimento de opções sobre ações, que normalmente traz volatilidade. "Causa certa estranheza pois tem vencimento de opções, quando o indicador fica em um nível mais neutro", diz Mota, da Manchester.

Em meio à elevação do petróleo e a notícias ligadas à empresa, as ações da Petrobras acentuam os ganhos para mais de 2,00%, movimento também notório no setor de grandes bancos, em meio ao Desenrola, e papéis ligados ao consumo. Ao mesmo tempo, o dólar à vista aprofundava a queda para R$ 4,7641 (-0,81%), bem como os juros futuros.

Reportagem do <b>Broadcast</b> mostra que ao menos 1,261 milhão de clientes tiveram os nomes "limpos" pelos bancos brasileiros entre segunda e quinta-feira, os primeiros quatro dias de funcionamento do programa do governo federal de renegociação de dívidas.

"Os fundamentos não melhoraram muito a ponto de levar a uma revisão de lucro para positiva das empresas. Sobe mais por questões macroeconômicas. Com o Desenrola, espera-se queda da inadimplência, o que tira bastante pressão e pode ajudar mais o consumo lá na frente, quem sabe levando a Selic a cair meio ponto porcentual em agosto. Isso ainda não é nosso cenário", afirma Takeo, da Ouro Preto Investimentos.

Às 11h27 desta sexta-feira, Bradesco subia 1,77% (ON) e 1,88% (PN). Unit de Santander tinha alta de 1,71%, Itaú Unibanco subia 1,37% e Banco o Brasil ON avançava 1,63%. "Desde a covid a maior preocupação era com a inadimplência", relembra Mota, da Manchester.

Vale passava a subir (0,22%), assim como outras empresas do segmento metálico, em meio às atenções neste mês à reunião do Politburo do Partido Comunista chinês, durante a qual novas medidas de estímulo poderão ser definidas. Nesta sexta, o principal órgão de planejamento do país anunciou uma série de medidas para impulsionar o consumo de carros e eletrônicos.

O Ibovespa subia 1,72%, aos 120.118,47 pontos, após máxima aos 120.3665,37 pontos, quando avançou 1,93% e ante mínima aos 118.085,75 pontos. Do lado do consumo, VIA ON liderava a lista das maiores altas, ao subir 7,89%.

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