A Bovespa voltou a cair de forma consistente nesta sexta-feira, 12, após ter interrompido, ontem, uma sequência de seis baixas consecutivas. E os motivos para a queda de mais de 2% da bolsa doméstica foram os mesmos do período recente: pesquisas eleitorais e especulações em torno dos números, além de aversão ao risco no exterior, em meio a tensões geopolíticas e, principalmente, expectativa pela reunião do Federal Reserve, na próxima semana.
No fim do dia, o Ibovespa caiu 2,42%, aos 56.927,81 pontos – menor nível desde 14 de agosto (55.780,41 pontos). O volume de negócio totalizou R$ 9,830 bilhões, segundo dados preliminares. Na máxima da sessão, o índice atingiu 58.336 pontos (estável) e, na mínima, somou 56.666 pontos (-2,86%). No mês de setembro, a bolsa tem queda de 7,11% e, no ano, alta de 10,52%. Na semana, a perda foi de 3,98%.
A Bovespa já abriu em queda com a divulgação da pesquisa CNI/Ibope. A sondagem mostrou o fim do empate técnico no primeiro turno, com Dilma à frente, oscilando de 37% para 39%. Marina tem 31% e Aécio, 15%. Para o segundo turno, a vantagem de Marina Silva sobre Dilma caiu, de 7 pontos para apenas 1. Agora a candidata do PSB tem 43% e a petista, 42%. No levantamento anterior, Marina tinha 46% e Dilma, 39%.
Como resultado, as ações das empresas estatais, conhecidas como kit eleições, recuaram bastante, com destaque, mais uma vez, para Petrobras. O papel ON da estatal terminou em baixa de 5,02% e o PN, de 5,04%. Eletrobras PNB perdeu 1,45% e Banco do Brasil ON caiu 2,58%.
Apesar da queda generalizada, ações de empresas exportadoras conseguiram sustentar algum ganho, diante da forte alta do dólar ante o real no pregão de hoje. A moeda dos EUA no mercado à vista de balcão teve valorização de 2,01%, a R$ 2,3380 – maior nível desde 19 de março desde ano. Assim, Vale ON e PNA subiram, respectivamente, 1,06% e 1,00%. Embraer ON ganhou 1,18% e Fibria ON, 2,09%.
No exterior, crescem as expectativas de que o Fed usará um tom mais “hawkish” no comunicado da reunião de política monetária da próxima semana, marcada para os dias 16 e 17. Essa avaliação ganhou força com a divulgação de números relativamente positivos da economia dos EUA. Embora tenham vindo ligeiramente abaixo da expectativa, as vendas no varejo norte-americano subiram 0,6% em agosto e os números dos dois meses anteriores foram revisados para cima. Além disso, o dado sem automóveis avançou mais que o esperado. Já o índice preliminar de sentimento do consumidor dos EUA, medido pela Universidade de Michigan, saltou para 84,6 em setembro, de 82,5 em agosto, superando a previsão de uma leitura de 83,0.
Esses números, somados ao aumento das tensões geopolíticas, fizeram o investidor fugir das bolsas. O índice Dow Jones recuou 0,36%, aos 16.987,51 pontos. O S&P 500 cedeu 0,60%, para 1.985,54 pontos, e o Nasdaq caiu 0,53%, aos 4.567,60 pontos.