A despeito do exterior, onde o mercado acionário voltou a registrar mais um dia de mau humor, o Ibovespa operou em leve queda e conseguiu se segurar nos 86 mil pontos. Por um lado, foi puxado para baixo mais uma vez pelo setor financeiro. E não recuou mais porque foi carregado pela melhora de ações ligadas ao setor de commodities, que espelharam a recuperação registrada no mercado internacional. O índice à vista fechou em queda de 0,39%, aos 86.050,95 pontos, nesta quarta-feira, 14.
O volume financeiro foi de R$ 9,4 bilhões – abaixo de dois dígitos pelo 3º dia consecutivo. Rodrigo Martins, AQ3 Asset Management, chama a atenção para o volume financeiro na sessão de negócios. Na sua avaliação, dado o cenário externo um pouco mais conturbado, que tem como pano de fundo uma eventual guerra comercial, há um sentimento de cautela e, nesse contexto, o investimento dos estrangeiros vem diminuindo. Foi o fluxo desse tipo de recurso responsável pelo impulso que o Ibovespa teve durante o mês de janeiro, apurando alta de mais de 10% no período.
Segundo a B3, os investidores não-residentes retiraram R$ 267,565 milhões no pregão da segunda-feira (12). Em março, os estrangeiros já retiraram R$ 2,716 bilhões da bolsa. Em 2018, porém, o saldo segue positivo em R$ 2,601 bilhões.
“Com esse recuo, o próprio investidor institucional local também fica receoso”, diz Martins, para quem, no curto prazo, sem ainda um cenário eleitoral definido, o driver de bolsa é crescimento interno, a expansão mundial e as perspectivas de como as políticas mundiais podem afetar o Brasil. “Está tudo muito lateral, já que não tem tantos fatores locais para fazer preço.”
O setor financeiro pesou novamente no desempenho do índice na sessão de hoje. As ações do Itaú Unibanco passaram o dia com perdas perto de 2%. Por outro lado, em reflexo da melhora da cotação das commodities no exterior, principalmente devido aos dados de produção industrial na China que vieram acima da expectativa, os papéis de Petrobras e Vale avançaram. Vale ON ganhou 1,12% e Petrobras PN 1,22%. Petrobras ON mudou o sinal nos últimos minutos da sessão para a queda de 0,25%.