Com agenda tanto doméstica quanto externa fraca e à espera de novas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais brasileiras, o Ibovespa abriu em leve alta nesta terça-feira, 18. O índice à vista ganhou impulso extra pouco antes do fechamento deste texto com a abertura dos mercados acionários de Nova York, que renovavam máximas, e se firmou nos 77 mil pontos. Às 11h02, o Ibovespa operava em alta de 0,72%, aos 77.338,62 pontos.
Segundo um operador de renda variável de uma grande corretora, o dia está tranquilo e favorável “para a Bolsa andar”. “Lá fora está tranquilo com as commodities em alta. Por aqui, o mercado já precifica a polarização entre Jair Bolsonaro PSL, leia-se Paulo Guedes responsável pelo capítulo econômico do programa de governo, e a esquerda”, afirmou.
Lá fora, a cotação do minério de ferro subiu 2,47% no porto de Qingdao, na China, assim como operam em forte alta (em torno de 2%) os contratos futuros de petróleo.
Seguem no radar dos investidores novos capítulos da disputa comercial dos Estados Unidos e outros países, especialmente, a China. Na segunda-feira à noite, o presidente Donald Trump anunciou que a sobretaxa de 10% sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas tem início dia 24 próximo e terão alta para 25% no início de 2019.
Pequim respondeu pela manhã que adotará retaliação. De acordo com analistas da LCA, como a decisão de Trump já havia sido antecipada, os efeitos nos mercados podem ser modestos.
Na cena doméstica, a espera é pela divulgação da pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo na noite desta terça. As movimentações dos candidatos nas sondagens de intenção de voto para a Presidência da República têm sensibilizado as decisões dos investidores e impactado na volatilidade do mercado acionário e nos preços dos ativos.
De acordo com relatório da Magliano Invest, o mercado começou a trabalhar com probabilidade alta de que o cenário para o segundo turno seja entre os candidatos do PSL, Jair Bolsonaro e, do PT, Fernando Haddad.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que a discussão sobre a privatização da Eletrobras foi adiada e estará nas mãos do próximo governo. Além disso, afirmou que também o novo presidente precisará encontrar uma saída para o sistema de subsídios ao diesel. As afirmações foram dadas durante abertura do seminário “Agenda de governo no setor de energia – aspectos regulatórios e concorrenciais”, organizado pela Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria (Sefel) do Ministério da Fazenda.
Nesta terça também teve início a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom), que vai definir o rumo da taxa básica de juros, a Selic, para a qual a aposta majoritária é de manutenção.
Mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,34% na segunda prévia de setembro, após ter aumentado 0,67% na segunda prévia de agosto. Com o resultado, o índice acumulou alta de 8,09% no ano e avanço de 9,83% em 12 meses.