Economia

Ibovespa recua 0,39% e termina semana com perda de 1,15%

O Índice Bovespa teve nesta sexta-feira, 21, sua terceira queda consecutiva, mais uma vez determinada pelo desempenho negativo das commodities. Assim como ocorreu nos últimos pregões, o indicador chegou a ensaiar uma alta pela manhã (máxima de +0,30%), mas não se sustentou à tarde, quando a liquidez se tornou ainda mais escassa. Ao final dos negócios o indicador marcou 64.684,18 pontos, em baixa de 0,39%. Os negócios somaram R$ 5,3 bilhões, menor volume da semana.

Com o resultado de hoje, o Ibovespa encerrou a semana com perda acumulada de 1,15%. Profissionais consideram o porcentual bastante razoável, visto que o indicador vinha de cinco altas consecutivas na semana passada, com as quais ganhou 5,0%. Uma realização de lucros nesta semana não estava descartada. No mês, ainda há alta de 2,84%.

O principal motivo para a correção veio do desempenho das commodities, que alternaram altas e baixas, mas terminaram a semana com perdas. Hoje os contratos futuros do petróleo negociados em Nova York e Londres fecharam com quedas em torno de 2,5%, em meio a expectativas de aumento da oferta pelos Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). As ações da Petrobras seguiram à risca e fecharam com baixas de 2,49% (ON) e 3,13% (PN).

Comportamento semelhante teve o minério de ferro, que fechou em queda de 1,34% no mercado à vista chinês e enfrentou volatilidade ao longo do dia nos mercados futuros, com prevalência do sinal negativo. Assim, Vale ON e PNA perderam 0,77% e 0,96%, respectivamente.

“A semana teve fatores que não ajudaram a bolsa: petróleo não ajudou; minério não ajudou e aumento de impostos não ajudou. Mas tivemos uma queda pequena na semana, deixando um ganho remanescente perto de 3%. Podemos considerar apenas uma realização de lucros”, disse um operador.

O aumento de PIS/Cofins sobre os combustíveis foi o principal evento da semana, esvaziada pelo início do recesso parlamentar. Os aumentos das alíquotas de gasolina, álcool e diesel, dentro dos esforços do governo para cumprir a meta fiscal do ano, dividiu analistas de renda variável ao longo da semana. Segundo cálculos do Credit Suisse, as altas nos preços dos combustíveis terão impacto de 0,53 ponto porcentual na inflação do IPCA do ano.

“O aumento já vinha sendo sinalizado pelo governo há tempos, e por isso não chegou a pesar tanto na bolsa. Mas como as estimativas são de que as medidas serão insuficientes, o temor é de que novos aumentos sejam necessários”, disse Pedro Galdi, chefe de análises da Upside Investor.

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