Depois de uma queda de mais de 2% na véspera, o Índice Bovespa encontrou espaço para uma alta discreta nesta sexta-feira, 19, favorecida pelo clima menos avesso ao risco no mercado externo e pela ausência de notícias relevantes no cenário eleitoral doméstico. O índice terminou o dia aos 84.219,74 pontos, em alta de 0,44%. Pela manhã, chegou a subir 1,32%, mas perdeu fôlego e chegou a tocar o terreno negativo por algumas vezes. Os negócios somaram R$ 11,9 bilhões, volume abaixo da média das últimas semanas.
“Com o mercado externo menos tenso e cenário eleitoral já aparentemente definido, o mercado operou em compasso de espera. A tendência nos próximos dias é o mercado operar no aguardo de sinalizações do próximo presidente e também dos balanços corporativos que começam a ser divulgados”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.
Em um dia de poucos destaques, chamou a atenção para o leilão da Cesp, que foi concluído depois de quatro tentativas frustradas nos últimos anos. “Apesar de o bloco de ações ter tido apenas uma oferta, com ágio baixo (2,09%), a leitura é positiva porque aponta para a redução do peso das estatais sobre as costas do Estado. Por isso, as ações da Cesp contagiaram outros papéis do setor elétrico”, disse outro profissional.
O leilão envolveu 40,6% de participação do governo do Estado de São Paulo na empresa, com arrecadação estimada em R$ 1,9 bilhão. Cesp PNB, que não compõe a carteira teórica do Ibovespa, terminou o dia com ganho expressivo, de 16,12%. Os ganhos se estenderam aos papéis que estão no índice, como Eletrobras ON e PNB (+5,47% e 5,97%) e Cemig PN (+1,83%).
Ainda entre as blue chips do mercado, destaque para Petrobras ON e PN, que subiram 1,01% e 0,86%, alinhadas à valorização dos preços do petróleo no mercado internacional. No setor financeiro, as ações seguiram direções distintas. Banco do Brasil ON subiu 0,84% e Santander Brasil recuou 0,20%.
No acumulado da semana, o Ibovespa contabilizou ganho de 1,57%, levando o acumulado do mês para 6,15%. Apesar da volatilidade dos últimos dias, prevaleceu a leitura otimista em relação ao cenário eleitoral, com o investidor precificando a consolidação da vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT). No cenário internacional, o apetite por risco se mostrou instável, principalmente depois das sinalizações mais duras do Federal Reserve na quarta-feira.