Estadão

Ibovespa sobe 1,85%, a 116.403,72 pontos, no melhor nível pós-7 de setembro

Mesmo com desempenho misto na maior parte da sessão em Nova York, o Ibovespa chega ao fim desta segunda-feira, 13, buscando deixar para trás a tumultuada semana anterior, que só terminou de fato ontem, com protestos da oposição (sem PT e PSOL) pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro, relativamente esvaziados quando comparados ao que se viu no 7 de Setembro. A divisão do grito contrário, em uma semana na qual o próprio presidente deu passo atrás, em declaração à nação na qual tentou reconstruir ponte com o Supremo Tribunal Federal (STF), via Michel Temer, contribui para reduzir a fervura política que vinha penalizando os ativos brasileiros.

Assim, o Ibovespa fechou hoje em alta de 1,85%, a 116.403,72 pontos, no melhor nível pós-feriado, após ter encerrado o dia 6 em alta de 0,80%, aos 117.868,63 pontos, na véspera da grande manifestação de apoio ao governo, em Brasília e especialmente São Paulo. Na máxima desta segunda-feira, chegou a testar os 117 mil pontos, a 117.046,18, saindo de mínima, na abertura, aos 114.300,47 pontos. O giro financeiro foi de R$ 31,2 bilhões na sessão – em setembro, o Ibovespa ainda acumula perda de 2,00%, cedendo 2,20% no ano.

Apesar de algum esfriamento da política nesses últimos dias, a deterioração da perspectiva econômica – no câmbio, nos juros, na expectativa para inflação e crescimento – continua a se refletir semanalmente nas projeções compiladas pelo BC junto ao mercado.

Hoje, "o Boletim Focus trouxe mais ajustes em relação a alguns pontos muito importantes, como a inflação, com o IPCA, pela 23ª semana consecutiva em elevação, precificado pelo mercado para o fechamento de 2021 a 8% – pela oitava semana, com expectativa elevada também para 2022, agora a 4,03%. E com diminuição da projeção de PIB, pela quinta semana, para 5,04% (em 2021), vindo de 5,15% na semana anterior e de 5,28%, há um mês", observa Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.

Em Wall Street, após Dow Jones e S&P 500 acumularem perdas nas cinco sessões anteriores, o dia vinha misto, com variações acomodadas nas duas direções, inclusive para o Nasdaq (em baixa de 0,07% no fechamento). Ao final, Dow Jones e S&P 500 conseguiram se firmar em alta, com destaque para o índice blue chip, em alta de 0,76% nesta segunda-feira. "Todos já vinham perguntando em que momento haveria a realização dos mercados nos EUA, dado que estavam numa sequência forte de alta, anteriormente. Será que chegou esse momento? Ainda não podemos afirmar", diz Pietra Guerra, analista da Clear Corretora.

Assim, enquanto se espera na próxima semana, ao final das reuniões do Federal Reserve nos dias 21 e 22, novos sinais sobre a calibragem de estímulos monetários na maior economia do mundo, nos mesmos dias o Comitê de Política Monetária do BC estará reunido, em Brasília, para deliberar sobre a Selic, em meio a constantes revisões dos agentes sobre a economia, em 2021 como em 2022. Até lá, na ausência de catalisadores mais fortes, a tendência é de que o mercado mostre certa acomodação nos próximos dias, em semana que reserva algumas boas referências, como o IBC-Br, considerado prévia para o PIB – e nos Estados Unidos, amanhã, a inflação ao consumidor (CPI).

Nesta segunda-feira, à exceção de Vale ON (-0,05%) e CSN ON (-0,41%), prevaleceu a recuperação nas empresas e setores de maior liquidez e peso no índice, considerados porta de entrada (e saída) dos investidores externos e, não por acaso, entre os mais penalizados recentemente pela elevação da temperatura política, que resultou em temores sobre o risco de ruptura institucional reportados também pela imprensa estrangeira. Dessa forma, em dia moderadamente positivo para as cotações do petróleo, Petrobras ON e PN fecharam respectivamente em alta de 3,11% e 3,51%, enquanto as ações de grandes bancos tiveram ganhos entre 0,87% (Santander) e 2,21% (BB ON) na sessão.

Na ponta do Ibovespa, destaque para alta de 12,82% em Méliuz, à frente de Banco Pan (+9,45%) e de CVC (+9,30%). No lado oposto, Petz cedeu 1,74%, Suzano, 1,22%, e Marfrig, 0,88%.

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