A Bovespa teve uma queda comedida nesta quinta-feira, 10, a despeito da perda do grau de investimento pelo Brasil, anunciada na quarta-feira, 9, pela S&P. Durante o dia, o principal índice à vista operou em alta por alguns momentos, com zeragem de posições vendidas, busca de oportunidades e uma sensação de que o fundo do poço já pode ter sido alcançado – ou estar bem perto.
O Ibovespa terminou a sessão em baixa de 0,33%, aos 46.503,99 pontos. Na mínima, marcou 45.592 pontos (-2,28%) e, na máxima, 46.819 pontos (+0,35%). No mês, acumula perda de 0,26% e, no ano, de 7,01%. O giro financeiro totalizou R$ 7,870 bilhões.
O piso da sessão foi registrado logo após a abertura dos negócios, num forte movimento de correção que já tinha sido visto nos recibos de ações negociados em outras praças no exterior. Mas daí a trajetória melhorou e o Ibovespa foi evoluindo até marcar sua máxima, em alta, no começo da tarde.
Um gestor comentou que houve zeragem de posições vendidas, o que faz com que o investidor compre ações no mercado. Um operador emendou que a maior parte da perda da nota de bom pagador do Brasil já tinha sido antecipada pela Bovespa e, hoje, restou pouco a ser ajustado. Por fim, houve abertura de oportunidades e os investidores não se fizeram de rogados. “O mercado vive de oportunidades e elas apareceram na sessão de hoje”, comentou um profissional da mesa de renda variável para justificar a melhora ao longo da sessão.
A entrevista que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deu, no meio da tarde, não chegou a fazer preço, embora na ocasião a Bovespa tivesse dado uma pequena piorada. Ele defendeu aumento de impostos para cobrir o rombo do orçamento de 2016, cobrou a sociedade a dar sua contribuição e se comprometeu com o ajuste fiscal e a meta para 2016.
Vale e siderúrgicas, beneficiadas pela China, minério de ferro e alta do dólar, estiveram entre os destaques positivos do dia. Vale ON terminou com valorização de 4,62% e Vale PNA, de 4,17%.
Usiminas PNA saltou 12,77% e liderou as altas do Ibovespa, seguida por Gerdau PN, com 7,69%, CSN ON, 7,62%, e Metalúrgica Gerdau PN, 5,45%.
Como esperado também os bancos fecharam em baixa, em sintonia com o rebaixamento e em meio às discussões no governo sobre uma eventual nova elevação da tributação dessas instituições. Bradesco PN, -2,16%, Itaú Unibanco PN, -2%, BB ON, -1,75%, e Santander unit, +2,58%.
Petrobras ON caiu 3,82% e a PN, 5,01%. A S&P também rebaixou o rating da estatal, de BBB- para BB, que agora perdeu seu grau de investimento por essa agência.
No exterior, as bolsas norte-americanas terminaram em alta, influenciadas pela valorização do petróleo e pelos ganhos das ações da Apple. Dow Jones teve alta de 0,47%, aos 16.330,40 pontos, S&P fechou com +0,53%, aos 1.952,29 pontos, e o Nasdaq avançou 0,84%, aos 4.796,25 pontos.