A prefeitura de Itatiba, interior de São Paulo, confirmou nesta quarta-feira, 18, que a febre amarela causou a morte de um idoso de 76 anos, morador da zona rural do município. É 16ª morte pela doença este ano no Estado, sendo que seis casos são importados, ou seja, os pacientes se contaminaram em outro Estado. De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica (CEV), o paciente morava em área de risco, mas se recusou a tomar a vacina oferecida aos moradores da casa.
Conforme a diretora do CEV estadual, Regiane Aparecida Cardoso de Paula, em razão da morte de macacos na região, que fica na divisa entre Itatiba e Jundiaí, equipes foram fazer a vacinação de casa em casa. “Desde maio a população rural está sendo vacinada. Pela informação que temos, o paciente foi notificado do risco pelo grupo de vigilância epidemiológica do município, mas se negou a tomar a vacina”, disse. Um filho da vítima afirmou que seu pai vinha sendo tratado contra pneumonia. A família resolveu levá-lo para o Hospital da Unicamp, em Campinas, onde foi constatada a febre amarela.
Desde o início de outubro, em razão da morte de macacos pela doença, a Secretaria de Saúde do Estado intensificou as ações contra a febre amarela em 15 municípios da região, em parceria com as prefeituras. O objetivo é imunizar 864 mil pessoas. As cidades passaram a integrar as áreas de risco para a doença no Estado, que agora atingem 460 dos 645 municípios paulistas.
A imunização é indicada apenas para moradores de áreas de risco, definidas pelo Ministério da Saúde, e para aqueles que vão viajar para esses locais”, disse Regiane. A vacina pode ser aplicada em crianças com mais de nove meses, mas não é indicada para gestantes, mulheres amamentando e pacientes com baixa imunidade.
Em 2017, já são 21 casos autóctones de febre amarela confirmados no Estado. Desses, dez evoluíram para óbito, incluindo o paciente de Itatiba. Houve ainda seis mortes de pessoas que se contaminaram em Minas Gerais – apenas o óbito foi registrado no Estado de São Paulo. Há ainda quatro casos suspeitos em que os pacientes foram ou estão sendo tratados. Todos os casos são da forma silvestre da doença – não há registro de febre amarela urbana no país desde 1942.
Também foram confirmados 172 casos positivos de febre amarela em macacos, em regiões silvestres de Campinas, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto e Sorocaba. Nessas regiões, foram feitos bloqueios contra a doença. Os macacos são vítimas de febre amarela e não transmitem o vírus para os humanos. A transmissão é feita apenas pela picada de mosquitos silvestres infectados