A imprensa internacional deu destaque à greve geral realizada no Brasil nesta sexta-feira, 28. Diversos veículos de comunicação de fora do País mencionaram as paralisações de diversas categorias e protestos em várias cidades brasileiras contra as reformas trabalhista e da Previdência do governo do presidente Michel Temer.
A agência de notícias Associated Press repercutiu as informações sobre a falta de transporte público pelo Brasil, “à medida que manifestantes fecharam estradas e entraram em confronto com a polícia”. Segundo a AP, o governo do presidente Michel Temer argumenta que a flexibilização das leis trabalhistas “darão vida a uma economia moribunda” e alertou que o sistema previdenciário “irá falir sem mudanças”.
“A economia brasileira passa por uma grande recessão e muitos brasileiros estão frustrados com o governo Temer, que argumenta que as alterações irão beneficiar os cidadãos no longo prazo. Mas com tantos brasileiros desempregados, muitos sentem que não podem suportar qualquer corte em seus benefícios”, segundo a reportagem.
As informações da agência foram replicadas pelos jornais New York Times e Washington Post.
O Wall Street Journal afirmou que a greve “praticamente paralisou” o trânsito em São Paulo e que os manifestantes querem impedir o governo de cortar o “generoso sistema previdenciário” do País. “Nos últimos dois anos, o Brasil passou pela sua pior recessão, que acabou com a sua receita fiscal, o que tornam as mudanças ainda mais urgentes, segundo alguns economistas”, destacou o jornal.
O agência britânica BBC repercutiu que esta “é a primeira greve geral no País em mais de duas décadas”. “As pesquisas sugerem que o presidente Michel é muito impopular, mas até hoje, ele ainda não havia enfrentado uma demonstração disso em massa como nesta greve”, segundo a publicação.
A BBC ainda trouxe a informação de que o projeto da reforma trabalhista está progredindo no Congresso “ao mesmo tempo em que o País passa por um escândalo de corrupção que não termina, ligado a muitos políticos importantes, o que aumenta o descontentamento do povo”.
“Independente do resultado dos protestos, Temer ainda parece relativamente forte no Congresso. Essa é a marca de sua administração: um presidente que tem rejeição nas ruas, mas consegue fazer as coisas andarem no Congresso”, destacou a BBC.