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Inauguração de monumento a desaparecidos é marcado por protesto contra Haddad

A inauguração do Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, próximo ao parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, foi tumultuada por manifestações de movimentos sociais. Dois representantes do movimento que defende o Parque dos Búfalos, na região de Cidade Ademar, interromperam a solenidade de inauguração diversas vezes reclamando de a área ser esquecida pela prefeitura. Os dois manifestantes também gritaram ofensas contra o prefeito Fernando Haddad (PT) e afirmaram que o prefeito não conhece a região.

Após várias interrupções à cerimônia, os manifestantes foram hostilizados por alguns dos presentes, que se sentiram ofendidos com a manifestação. A maioria, contudo, defendeu que eles pudessem permanecer, contanto que respeitando o momento de fala das autoridades. Os manifestantes criticaram o movimento pela construção de habitações populares do programa Minha Casa, Minha Vida em uma área de nascentes da represa Billings. “O prefeito gato, mas ordinário, não conhece a realidade do Jardim Apurá, na Cidade Ademar. A periferia está esquecida”, gritou Aurélio Prates.

Haddad interrompeu o início de sua fala na cerimônia para dar uma resposta aos protestos. “Até em respeito às pessoas que morreram para que vocês e eu pudéssemos ter voz, vou fazer o registro”, disse o prefeito. Ele explicou que a obra tem autorizações técnicas e ambientais mas que, diante da polêmica, a Prefeitura agendou uma audiência pública para discutir o projeto na próxima segunda-feira, 15.

Após o evento, ao falar com a imprensa, Haddad disse também que as construções ocuparão apenas um terço do terreno – os outros dois terços serão destinados à criação de um parque.

A área conhecida como Parque dos Búfalos chegou a ser decretada de interesse público na gestão de Gilberto Kassab (PSD). Tal decreto foi revogado para a construção do empreendimento do Minha Casa, Minha Vida. O vereador Gilberto Natalini (PV) disse lutar há mais de oito anos pela preservação do local. Ele disse que, se a construção for feita, acontecerá mais que um crime ambiental, mas um “massacre”.

Haddad, por sua vez, disse que não responderia à fala do vereador e afirmou que Natalini não deve conhecer os detalhes do projeto atual.

Na saída do evento, Haddad foi abordado por representantes de outros movimentos. Um casal da favela do Moinho, na região central, reclamou de o prefeito não ter cumprido as demandas de instalação de rede elétrica e de esgoto. A Prefeitura havia sido informada pelas concessionárias prestadoras de serviço que os serviços não puderam ser instalados pois os moradores teriam impedido a entrada dos trabalhadores das concessionárias. Os moradores dizem ser mentira a alegação. Haddad se comprometeu a marcar uma visita à favela acompanhado de representantes das concessionárias, na próxima semana.

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