Opinião

Inchaço da máquina pública e as campanhas eleitorais

O jornal carioca “O Globo” trouxe uma ampla reportagem que apontou algo que Guarulhos sabe muito bem o que é. Segundo a publicação, o governo federal aumentou o número de servidores públicos não concursados em 40% entre os anos de 2002 e 2009. São mais mais de 21 mil cargos de confiança a serviço dos inrteresse do governo federal, o que gerou aumento de gastos com o DAS (cargos de Direção de Assessoramento Superior) de R$ 555,6 milhões para R$ 1,26 bilhão. 


 


No mesmo período, a educação caiu do 37º lugar no ranking da Unesco para a 88ª posição entre 128 países, segundo relatório ‘Monitoramento de Educação para Todos 2010’, lançado em janeiro. A mesma coisa aconteceu com a saúde, que só piorou nesse período. Ou seja,  o inchaço da máquina pública não se reverte em benefícios para a população.  


 


Segundo O Globo, o governo alega que, atualmente, 70% dos DAS são ocupados por servidores públicos de carreira e que as nomeações puramente políticas são minoria. Ou seja, o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva admite que 30%  das despesas com o DAS vão para comissionados com indicações políticas. Algo próximo aos R$ 400 milhões utilizados para atender aos interesses dos partidos que dão sustentação ao poder.


 


A prática é a mesma que ocorre em Guarulhos. Só que aqui, diferente do que ocorre no governo federal, as informações sobre o número de funcionários comissionados é segredo de estado. A Prefeitura, desde a administração do ex-prefeito Elói Pietá (PT), se nega a prestar informações sobre quantos funcionários sem concurso mantém na administração municipal, no Saae e na Proguaru.


 


No momento em que o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou, conforme publicou o Guarulhos Hoje com exclusividade, que o prefeito Sebastião Almeida (PT) exonere todos os comissionados lotados na administração, que foram contratados baseados em três leis de 1993 e 1994, é possível fazer uma ligação sobre o que significa esse grande contingente estimado em mais de mil funcionários, para os interesses do grupo que se mantém no poder em Guarulhos há nove anos e meio.


 


Sabe-se que a administração municipal moverá céus e terras para não obedecer a ordem da Justiça, que estabelece a demissão imediata daqueles que foram contratados pelas três leis extintas pelo TJ. Afinal, Almeida não pode – neste momento de campanha eleitoral – se indispor com um importante batalhão de pessoas que vestem a camisa daqueles que os mantém ligados ao poder.


 


Saliente-se que existem entre esses mil e tantos – há quem garanta que esse número pode ser muito maior – gente que realmente trabalha e sua a camisa para bem desempenhar suas funções. Porém, sabe-se também que há muitos outros que só estão lá por interesses partidários. Como também corre à boca pequena que todos esses, independente de trabalharem ou não, em época de campanha eleitoral são gentilmente chamados a dispensar suas horas livres para balançar bandeiras e distribuir santinhos de candidatos ligados à maquina. Coisas de Brasil.

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