O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 2,7% em janeiro ante dezembro de 2015, para 97,3 pontos, considerando os dados ajustados sazonalmente. O resultado interrompe uma sequência de quatro aumentos no índice e sinaliza acomodação da tendência de alta na taxa de desemprego no início de 2016, informou nesta quinta-feira, 4, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
“A pequena redução na ponta do ICD não caracteriza uma mudança na tendência da taxa de desemprego e deve ser observada com cuidado, visto a elevação persistente do desemprego nos últimos meses. O indicador ainda mostra um grande pessimismo com a situação atual do mercado de trabalho”, ponderou o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre/FGV, em nota oficial.
O recuo do ICD em janeiro teve contribuição dos consumidores com renda mensal de até R$ 2.100,00, cujo indicador de facilidade em conseguir emprego (invertido) caiu 3,7%. Na faixa dos que possuem renda entre R$ 4.800,00 e R$ 9.600,00, esse indicador cedeu 6,0%.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.
Indicador Antecedente
A FGV também informou que o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) cresceu 5,4% em janeiro ante dezembro, para 73,8 pontos, de acordo com dados ajustados sazonalmente. Trata-se do maior nível desde janeiro de 2015, quando o índice ficou em 74,2 pontos.
Com o resultado, o indicador sinaliza arrefecimento da intensidade de queda no número de pessoas ocupadas nos próximos meses, explicou a instituição. “O aumento do indicador é positivo, mas com seu nível ainda extremamente baixo, indica apenas que a perspectiva futura parou de piorar. A melhora não parece indicar ampliação do emprego no futuro próximo, mas sim uma redução do nível de destruição do mesmo”, ponderou o economista Barbosa Filho, em nota oficial.
Os indicadores que mais contribuíram para o avanço do IAEmp em janeiro foram os que mensuram o grau de satisfação com a situação corrente dos negócios na Sondagem de Serviços (12,8%) e o ímpeto de contratação para os próximos três meses na Sondagem da Indústria (7,0%).
O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.